Policial penal preso vira réu junto de policial civil por crimes de adulteração e moeda falsa

Os dois agentes e outras duas pessoas também são acusadas do crime de moeda falsa

Escrito por Redação ,
Policial penal e policial civil foram flagrados com cédulas de dinheiro falsas e sinal identificador de veículo adulterado
Legenda: Policial penal e policial civil foram flagrados com cédulas de dinheiro falsas e sinal identificador de veículo adulterado
Foto: Divulgação/ MPCE

O policial penal Fabrício Hernuzzio da Silva Viana, preso em uma operação do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra vendas de ilícitos na última terça-feira (27), já era réu na Justiça Estadual, junto de um policial civil e outras duas pessoas, pelos crimes de moeda falsa e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.

O juiz da 6ª Vara Criminal aceitou a denúncia do MPCE contra Fabrício Hernuzzio, o policial civil João Paulo de Carvalho Barbosa, o estudante Mário Antônio Lima Silva e a vigilante Staphane Porfírio Dias, pois "não restou evidenciada qualquer circunstância capaz de impor sua rejeição", no último dia 31 de maio.

Segundo a denúncia do Ministério Público, apresentada no dia 28 de maio deste ano, Mário Antônio negociou uma compra de anabolizantes com um homem, nas proximidades de um supermercado, localizado na Avenida Francisco Sá, em Fortaleza, no dia 25 de abril de 2017. No momento da entrega do produto, o policial civil abordou o vendedor, deu voz de prisão e o algemou.

O vendedor foi colocado em um carro, de propriedade da companheira do policial penal, que estava com as placas adulteradas por fita isolante. Os clientes do supermercado se assustaram com a ação, desconfiaram de um sequestro e acionaram uma viatura da Polícia Militar do Ceará, que passava pelo local e começou a perseguição.

R$ 4 mil falsos
Os policiais militares deram ordem de parada, que foi obedecida pelos suspeitos. Ao realizarem vistoria no veículo, os PMs encontraram 80 cédulas falsas de R$ 50 (o que totalizaria R$ 4 mil) e as placas adulteradas.

O coordenador jurídico do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol-CE), advogado Kaio Castro, que representa a defesa do policial civil João Paulo Barbosa, afirma que "a instrução criminal ainda irá ocorrer e o fato ainda será devidamente apurado sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Além disso, o fato é atípico e será demonstrado que em momento algum o policial civil cometeu algum ilícito". As defesas dos outros acusados não foram localizadas.

MPCE combateu venda de ilícitos

A Operação Carlos Brito, deflagrada pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), do MPCE, na última terça-feira (27), prendeu preventivamente o policial penal Fabrício Hernuzzio da Silva Viana, por suspeita de comercializar armas de fogo, munições e veículos ilícitos, pelo aplicativo WhatsApp.

O nome da Operação faz referência à forma como Fabrício chamava os ilícitos: "Carlos Brito", uma derivação de "cabrito", como são conhecidos vulgarmente esses produtos no mundo clandestino. O servidor é investigado pelos crimes do Sistema Nacional de Armas de Fogo, receptação qualificada e estelionato.

Agentes de forças de segurança em operação em matagal
Legenda: Além do mandado de prisão,a ofensiva cumpriu mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar
Foto: divulgação/MPCE

Além do mandado de prisão, a ofensiva cumpriu mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra o policial penal, que tentou fugir e descartar os itens. Foram apreendidos cerca de R$ 11 mil, munições de vários calibres, arma de fogo, mais de 20 celulares, computadores e outros materiais.

A Operação contou com o apoio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD); da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Coin-SSPDS); e da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (Coint-SAP).

Na ocasião, a CGD informou, por nota, que "determinou ainda a instauração de procedimento disciplinar em desfavor do agente nos fatos apurados pelo MP, para apuração também na seara administrativa". Enquanto a SAP garantiu que o compromisso da Pasta "é combater o crime organizado principalmente dentro do sistema prisional. A Secretaria não compactua com corrupção e apoia o Ministério Público com ações que combatem o crime".

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