Policial penal dá 'tiro de advertência' e fere preso em cela de presídio em Itaitinga
A SAP disse que o policial se apresentou na Polícia, passou por audiência de custódia, mas foi liberado sem prejuízo às suas atividades. Já a CGD disse que o servidor foi autuado em flagrante pelo crime de tortura e responderá a um procedimento administrativo disciplinar.
Um policial penal se apresentou à delegacia na noite dessa quarta-feira (22), após ferir um detento na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (UP Sobreira Amorim), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. O depoimento do agente foi acompanhado de gestores da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP).
De acordo com a SAP, Myke Alone Barbosa de Sousa se apresentou de maneira espontânea à Polícia e não teve prejuízo em suas atividades funcionais de trabalho. Ele foi ouvido e liberado logo após a audiência de custódia.
Já a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), informou, por meio de nota, que o policial penal foi autuado em flagrante pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), na madrugada desta quinta-feira (23) pelo crime de tortura. Além disso, a Controladoria abriu uma investigação na seara disciplinar.
O policial penal está agora à disposição da Justiça.
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O que aconteceu na UP Sobreira Amorim?
O Diário do Nordeste apurou que Myke teria efetuado um "disparo de advertência" para dissipar uma confusão entre internos. Contudo, devido ao espaço da cela ser pequeno, a bala de borracha teria ricocheteado na parede e atingido um preso na boca.
Em nota, a SAP informou que o detento "foi medicado de imediato" e passou por um exame de corpo e delito. Ele "se encontra bem de saúde e já está de volta à unidade com o devido acompanhamento dos profissionais de saúde do estabelecimento prisional".
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Policial penal foi transferido para setor administrativo
Devido ao conflito com o interno, o policial penal foi retirado da UP Sobreira Amorim e transferido, nesta quinta-feira (23), para um setor administrativo da SAP. Em nota, a pasta informou que ele "receberá todo o acompanhamento administrativo e psicológico necessário".
O Diário do Nordeste havia recebido a denúncia de que Myke teria sido afastado recentemente de suas atividades para tratar questões de saúde mental. A SAP, por sua vez, negou a informação e afirmou que o profissional se licenciou devido a doenças respiratórias.
"É falsa a informação de que o policial penal registra afastamentos relacionados à sua saúde mental. A licença médica do agente é baseada na condição patológica de doenças respiratórias", comunicou a gestão.
Um processo interno foi aberto na SAP para elucidar o fato "de forma integral e transparente".