Um policial militar, preso em uma operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) deflagrada em março deste ano, é apontado pelos investigadores como um "pistoleiro profissional", suspeito de cometer dois homicídios já em 2022 e outras execuções, no Interior do Estado.
O cabo Antônio Cesário Vieira, de 32 anos, é um dos dois PMs capturados pela PCCE por força de mandados de prisão preventiva - junto de mais sete suspeitos de homicídios - no último dia 23 de março. O militar e Clêmio Cavalcante Feitoza foram indiciados pela Delegacia Municipal de Campos Sales, na última terça-feira (29), por homicídio qualificado (com a qualificadora de emboscada ou outro meio que dificultou a defesa da vítima).
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, Antônio Cesário e Clêmio Feitoza são apontados pela Polícia Civil como executores de Paulo José dos Santos, no Município de Campos Sales, na manhã de 5 de janeiro do ano corrente.
Paulo José estava em uma motocicleta estacionada, por volta de 11h30, na Rua da Felicidade, no bairro Guarani, no aguardo da sua filha, quando foi surpreendido por tiros efetuados por dois homens que trafegavam em outra moto. Ele morreu no local.
A Delegacia Municipal de Campos Sales chegou aos autores do crime a partir da análise de imagens de câmeras espalhadas pelo Município, que mostraram que as roupas e a motocicleta utilizadas pelos criminosos eram as mesmas que Cesário e Clêmio trafegavam minutos antes. Algumas peças de roupa e munições foram apreendidas durante a operação policial.
Segundo a Polícia Civil, os dois suspeitos são "'pistoleiros' profissionais contratados, que executam o crime 'encapuzados', com modo de execução premeditada e cruel, sem chances de defesa para a vítima, causando terror e pavor na população, e na maior parte das vezes não deixam nenhum vestígio".
O policial militar também é apontado como um dos autores de um homicídio ocorrido no Município de Araripe, no dia 10 de janeiro deste ano. E é investigado por outras execuções ocorridas no Interior do Estado.
Ao serem interrogados pela Polícia Civil sobre o homicídio, o cabo Antônio Cesário Vieira e Clêmio Cavalcante Feitoza preferiram se manter em silêncio. A defesa dos suspeitos não foi localizada pela reportagem para comentar as investigações.