Polícia Civil aguarda laudos periciais para avançar em investigação da morte de Alana

Morte da estudante completa duas semanas neste domingo (4). Testemunhas também ainda serão ouvidas

A morte da estudante Alana Beatriz do Nascimento Oliveira, de 25 anos, completa duas semanas neste domingo (4). O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), aguarda laudos periciais e a oitiva de mais testemunhas para avançar na investigação.

A informação foi confirmada pela Polícia Civil, em nota enviada à reportagem na última quinta-feira (1º). "Outras informações serão repassadas em momento oportuno visando não comprometer o trabalho policial", conclui.

A reportagem apurou que, até então, o DHPP recebeu apenas o laudo cadavérico do caso. Faltam ainda laudos como o de local de crime e balístico, que devem ser entregues pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) nas próximas semanas.

A Pefoce analisa ainda a arma de fogo entregue pelo empresário David Brito de Farias, no dia seguinte à morte da estudante. A família de Alana acredita que David atirou intencionalmente na jovem. Já a defesa do empresário sustenta que a arma disparou acidentalmente.

Alana Oliveira morreu após ser baleada dentro da residência do empresário David Brito, localizada na Rua Moacir Alencar Araripe, no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, no dia 21 de março último. Imagens de uma câmera instalada na mesma Rua, obtida com exclusividade pelo Diário do Nordeste, mostram uma intensa movimentação no imóvel, após o tiro. Alana não foi socorrida em ao menos 1h10 de filmagem.

Versões do caso

Segundo os advogados da família da estudante Alana, Daniel Queiroz de Souza e Raymundo Nonato da Silva Filho, não há indícios de tiro acidental. "O que eu posso afirmar, por ora, é que há indícios de que não foi um disparo acidental, uma vez que o mesmo é praticante de tiro esportivo e ostenta armas de fogo nas redes sociais. Nessas páginas, que foram desativadas, ele informa que é um atirador assíduo", resume Queiroz.

Outro ponto rebatido pela família da estudante, acerca da tese apresentada por David, é de que o empresário não conhecia Alana. Segundo familiares, a jovem era ex-estudante do curso de idiomas o qual David é sócio-proprietário.

"Estamos juntando documentos que comprovam que aquela versão que foi dada pelo David de que eles se conheceram na noite anterior não condiz com a verdade".
Daniel Queiroz
Advogado da família de Alana

A defesa de David Brito de Farias conta que o empresário e a estudante se conheceram no último sábado (20), que estavam sob "absoluta harmonia sem qualquer rusga" e que o tiro aconteceu "acidentalmente", no momento em que a jovem pediu para ver a arma. Segundo o advogado Leandro Vasques, a arma é de um modelo que tem apresentado diversos episódios de problemas técnicos, que levam a disparos acidentais.

"A propósito, oportunamente iremos apresentar petição à Autoridade Policial para que a investigação examine de forma criteriosa, do ponto de vista técnico-científico, a mecânica da arma de fogo envolvida no infortúnio, tendo em vista os inúmeros e frequentes casos de acidentes por disparos acidentais envolvendo pistolas da mesma marca daquela pertencente legalmente ao nosso constituinte, muitos deles largamente noticiados na imprensa".
Leandro Vasques
Advogado de David Brito