Juiz acolhe denúncia e 5 homens se tornam réus por latrocínio de gerente em shopping de Fortaleza

A denúncia foi apresentada pelo MPCE na última quinta-feira (2)

O Poder Judiciário do Estado do Ceará decidiu tornar réus os cinco acusados pela morte de Caroline Alves da Rocha. A decisão foi proferida neste domingo (5), pelo juiz da 16ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. Agora, Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, André Luiz dos Santos Nogueira, Antônio Duarte Araújo Eneas, Douglas da Silva Dias e Antônio Jardeson Lima de Moura são alvos de ação penal pelos crimes de associação criminosa e latrocínio.

A denúncia contra os cinco foi ofertada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) na última quinta-feira (2), menos de 15 dias após a trágica morte ocorrida no Shopping Iguatemi Fortaleza. Caroline era gerente de uma joalheria e chegou a ser usada como 'escudo humano' por um dos denunciados durante a troca de tiros entre os criminosos e o segurança do estabelecimento comercial.

Na decisão, o magistrado pontuou que a peça apresentada pelo MPCE "apresenta as classificações jurídicas dos fatos e qualifica os acusados de modo a individualizá-los. Outrossim, é cabível a acusação em face de todos os envolvidos da suposta prática de latrocínio, no caso concreto, para o fim de recebimento da denúncia, considerando que a jurisprudência pátria é pacífica quanto ao entendimento de que o coautor do suposto crime de latrocínio age com dolo eventual quando há o resultado morte".

Andamento do caso

O entendimento da Justiça e do órgão ministerial foi contrário ao que apontou relatório final do inquérito policial do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No inquérito, todos foram indiciados por associação criminosa, mas apenas Dougas da Silva e Antônio Jardeson foram indiciados pelo crime de latrocínio. Para a Polícia os demais praticaram tentativa de roubo.

Lúcio, André, Douglas e Antônio Duarte seguem recolhidos no Centro de Triagem e Observação Criminológica (Ctoc), em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Já Antônio Jardeson permanece na Delegacia de Capturas (Decap), no Centro da Capital. Os acusados têm até 10 dias para responder à acusação formalmente.

De acordo com a denúncia, o tiro que matou a mulher partiu da arma do assaltante, mas a Polícia Civil do Ceará (PCCE) ainda aguarda os laudos periciais

Um dos tiros efetuados por Douglas da Silva Dias atravessou a região dorsal lateral esquerda de Caroline Alves da Rocha Damasceno, perfurou ambos os lobos do pulmão e o coração, saiu pela região peitoral esquerda e causou a morte dela. Cessado o tiroteio, Antônio Jardeson Lima de Moura e Douglas da Silva Dias correram do local."
PAULO HENRIQUE DE HOLANDA SOUSA MATOS
Promotor de Justiça

O Ministério Público ainda pediu para a PC continuar a busca e interrogar uma mulher identificada apenas como Marina, que seria a sexta integrante envolvida na quadrilha. O magistrado considerou o pedido e determinou à autoridade policial que instaure novo inquérito anexo para identificar, localizar e inquirir a suposta coautora do crime.

Participação

As investigações apontam que o mentor do crime foi Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, de 48 anos, o "Véi" ou "Pai". Ele afirmou à Polícia que esteve no shopping na mesma semana do crime para planejar o atentado.

No dia do latrocínio, Lúcio deixou André e "Mariná" na área externa do Iguatemi, e ficou em um "espetinho" que fica no estacionamento de uma farmácia perto do shopping esperando para sair do local com os dois, logo após o crime. O casal encontrou Lúcio após o crime e comunicou o que havia acontecido com a gerente da joalheria. Depois, deram fuga ao atirador.