Estudante da Universidade Regional do Cariri denuncia professor por ofensa homofóbica

Segundo o jovem de 22 anos, docente o xingou durante discussão em torneio de handebol

A Delegacia Regional de Crato, no Ceará, investiga uma denúncia de homofobia cometida por um professor da Universidade Regional do Cariri (Urca) contra um aluno da instituição. O caso aconteceu durante um torneio de handebol na própria universidade, no último dia 6.

Estudante do curso de Educação Física, Francisco Wagner Conrado, de 22 anos, disse em entrevista à TV Verdes Mares Cariri que as ofensas aconteceram após ele intervir em uma discussão entre um amigo dele e um professor.

"Um dos alunos que estava como torcedor se justificava ao professor por ter xingado um dos árbitros. Eu cheguei até esse aluno e falei: 'amigo, você não precisa dar justificativa a ele porque você está aqui como torcedor e não como atleta'", explicou Wagner.

Neste momento, segundo o estudante, o docente se exaltou e se voltou contra ele, passando a atacá-lo. "Ele já veio pra cima de mim me chamando de veado safado, dizendo que ninguém da Urca gostava de mim. Inclusive pensei que ele ia me bater. Até seguraram ele. Depois ele falou que eu era um aluno m*, um vagabundo", contou. 

Na última quinta-feira (8), Wagner foi à delegacia e registrou um Boletim de Ocorrência por injúria e ameaça de agressão. O caso segue em investigação. 

Ato na universidade

O estudante disse ao Diário do Nordeste, no começo da tarde desta quarta-feira (14), que não recebeu retorno por parte da Urca após a denúncia do caso. Um ato contra o professor está marcado para a tarde desta quarta e deve contar com a participação de estudantes de todos os cursos da instituição.

Em nota, a Urca disse que a instituição "se insere na luta contra o preconceito e a discriminação de gênero, raça e cor". Informou, ainda, que todos os fatos relacionados à denúncia serão devidamente avaliados, para que as providências sejam tomadas. 

Leia a nota da Urca na íntegra:

A Universidade Regional do Cariri (URCA) manifesta o seu total posicionamento como uma instituição que se insere na luta contra o preconceito e a discriminação de gênero, raça e cor.

Destaca diversas ações de inclusão que são realizadas através de atividades na universidade, como também de projetos importantes, a exemplo do Núcleo de Integração, Acolhimento e Cultura LGBTQIA+, realizado através da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAE). 

Reitera que num ambiente diverso que se insere a academia, ou em qualquer outro, não cabem ações discriminatórias, de qualquer que seja a forma. Todos os fatos relacionados aos atos denunciados serão devidamente avaliados, para que sejam tomados os posicionamentos devidos e de responsabilização.

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