Os bastidores do maior júri já ocorrido no Ceará é tema do 35º episódio do podcast 'Pauta Segura'. O novo episódio está no ar a partir desta quarta-feira (28), com participações do editor de Segurança, Emerson Rodrigues, e dos repórteres Emanoela Campelo de Melo, Messias Borges e Beatriz Irineu.
O trio de repórteres esteve presencialmente na cobertura do julgamento, que durou seis dias, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Quatro policiais militares foram condenados a 1.103 anos de prisão (penas somadas) devido às 11 mortes e três tentativas de homicídio e quatro crimes de tortura ocorridos em novembro de 2015, na Grande Messejana.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), 480 pessoas se registraram para assistir a sessão. Foram 63 horas de julgamento, distribuídas em seis dias. A votação dos jurados durou 13 horas, terminando na madrugada do último domingo (25).
MÃES DO CURIÓ
Uma das principais vozes na luta por Justiça pelas vítimas da Chacina do Curió, Edna Carla Souza Cavalcante, mãe do jovem Álef Souza Cavalcante, morto aos 17 anos, afirmou que a vitória pela condenação a mais de 1.100 anos dos quatro policiais militares réus, não é "exclusivamente" do movimento Mães do Curió. "Essa vitória é da nossa periferia, é do nosso povo periférico, é dos nossos jovens. É libertar os jovens das mortes, é libertar esses jovens das mortes."
Apesar do sentimento vitorioso, Edna lembrou que a luta não terminou. "Ainda não está tudo resolvido porque tem os outros (policiais) né? Mas sim é uma alegria. É uma alegria sim porque a gente não quer o mal da polícia. A gente quer apenas a condenação de quem praticou um crime bárbaro com onze pessoas e deixou sete feridos."
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