O último dia de propaganda eleitoral na televisão para os candidatos à Presidência da República, nesta quinta-feira (29), foi marcado por reforço de tradicionais discursos, apelo para que os eleitores compareçam às urnas e balanços de campanha.
No programa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, aproveitou o momento para reforçar slogans de sua campanha e traçar comparativos com o principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), além de pedir para que as pessoas participem das eleições. Já o candidato à reeleição utilizou o espaço também para atacar Lula e ressaltar a queda no preço da gasolina e etanol nas últimas semanas com bandeiras eleitorais.
Ciro Gomes (PDT) pediu uma chance aos indeciso e aos que pretendem se abster. Tática semelhante foi utilizada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), que pediu para essa eleição não ser do "medo". Já a senadora Soraya Thronicke (União-MS) utilizou o espaço para agradecer a recepção durante suas andanças pelo Brasil e disse que irá continuar comprometida a "seguir na vida pública".
Lula
Durante o horário eleitoral, Lula exaltou o protagonismo do eleitor diante das urnas. "Você que está me vendo que acha que é insignificante, 'eu não valho nada, porque ninguém me ouve, ninguém me escuta, ninguém sabe que eu existo'. Vai chegar um dia que você vai sair de casa e vai votar. Naquele momento, você é a pessoa mais importante desse País. E você vai ter que tomar a decisão do Brasil que você quer: se é o Brasil do ódio ou se é o Brasil do amor", frisou.
Intercalando seu discurso com um poema do cearense Bráulio Bessa, a propaganda eleitoral de Lula focou na polarização com o presidente Jair Bolsonaro, ao falar de intolerância, violência, armas e mirar na família, público sempre mencionado por Bolsonaro.
"A gente quer o Brasil que garanta a família, todo santo dia, o café da manhã, o almoço, a janta, o emprego, o lazer e o prazer", destacou.
Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi mais incisivo nos ataques à candidatura petista, dizendo que o "outro lado" utiliza artistas e "propostas absurdas" para tentar convencer o eleitor, quando sua "grande marca" é a "corrupção". "Você sabe que a grande marcar deles sempre foi a corrupção e o descaso para com a família brasileira e para com as religiões. Dizem que eu falo palavrão. Sim, de vez em quando eu falo palavrão, mas não sou ladrão. E as minhas cores são a verde e amarela. Vejam como está o mundo e como está o Brasil", ressaltou.
Ainda durante sua propaganda, Bolsonaro destacou a queda no preço da gasolina e etanol, cujo o litro está abaixo de R$ 5, e enfatizou a novo valor do Auxílio Brasil - "três vezes superior ao antigo Bolsa Família". A campanha dele na TV também apostou em discurso de eleitores e convocou seus simpatizantes a vestir "verde e amarelo", cores utilizadas pelo presidente na campanha.
"Nosso governo é um governo de Deus, pátria, família e liberdade. 2 de outubro: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", pontuou.
Ciro
Depois de demonstrar insatisfação com campanhas que miravam no "voto útil", Ciro Gomes utilizou o último dia de propaganda na TV para pedir, mais uma vez, "uma chance para mudar verdadeiramente o Brasil". Na ocasião, ele mirou em ataques em Lula e Bolsonaro.
"Eu tenho fé que você não vai se render ao medo, nem trazer de volta o passado decadente e corrupto para se livrar de um presente perdido e corrompido. Precisamos derrotar não só Bolsonaro, mas o sistema que produziu o Bolsonaro. O sistemão que comprou a política e que quer agora que você vote no ruim contra o pior", salientou.
Ainda durante a propaganda, ele fez um apelo aos eleitores indecisos e que pretendem se abster: "não anule o seu vote, anule os querem anular o seu futuro. Vote com coragem e esperança, vote para libertar o Brasil", pontuou.
Tebet
Já a senadora Simone Tebet utilizou discursos de apoiadores que declaram voto na senadora após conhecer as propostas dela e em jingles que reforçam sua candidatura, com "ela sim, e eles não".
"Enquanto eles brigam, eu assumo o compromisso com a verdade", disse em referência à polarização entre Lula e Bolsonaro.
"Esta não pode ser uma votação do medo. Essa não pode, e não vai, ser uma eleição onde eu voto em A porque não quero B, ou eu voto em B porque não quero A. O Brasil precisa da alma de uma mulher, o Brasil precisa da alma de todas as mulheres brasileiras", complementou.
Soraya
A senadora Soraya Thronicke, no entanto, utilizou o espaço para destacar suas viagens pelo Brasil.
"Nesse tempo tão curto, eu pude conhecer de perto o Brasil que sofre, sofre não apenas por fome de comida, mas por fome de Justiça e esperança. Participei de debate e expus minhas ideias e as ideias do meu partido, sempre de maneira clara, honesta e sincera", reforçou.
Ainda durante a propaganda, ela agradeceu a recepção nos estados brasileiros e ressaltou que seguirá na vida pública, independente do resultado da eleição.
"É com essa gratidão que eu selo um compromisso contigo. Seguirei na vida pública sempre fazendo o que é certo. Me comprometo a diminuir a sua dor, a dor dos brasileiros que estão hoje na fila do SUS, da comida, do desemprego, do osso, da desesperança. Eu quero tirar o Brasil da fila do atraso", salientou.