Às 19h57 desta segunda-feira (31), completou-se 24 horas de silêncio do presidente Jair Bolsonaro sobre o resultado do segundo turno das eleições.
Neste mesmo horário, no domingo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta manhã, Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada com seu candidato a vice na chapa Braga Netto, e com o ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid. Depois, o parlamentar seguiu para o Palácio do Planalto. Em nenhuma das ocasiões, o candidato derrotado à reeleição falou com apoiadores ou se manifestou à imprensa.
Ontem, enquanto discursava a apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, Lula afirmou que até as 23h45 não havia recebido telefonema de Jair Bolsonaro.
"Vocês sabem que a gente vai ter que ter um governo para conversar com muita gente que está com raiva. Em qualquer lugar do mundo, o presidente derrotado já teria ligado para mim reconhecendo a derrota. Ele, até agora, não ligou, não sei se vai ligar e não sei se vai reconhecer", disse.
Bolsonaro e ministros avaliam discurso
Ministros próximos do presidente se reuniram com ele no Palácio do Planalto e avaliam um discurso a ser lido pelo mandatário da República sobre o resultado das eleições, segundo relato de auxiliares do chefe do Executivo.
A informação é que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fábio Faria, da Economia, Paulo Guedes, das Relações Internacionais, Carlos França e a presidente da Caixa, Daniela Marques, se reuniram antes de encontrar Bolsonaro.
Nessa reunião, os ministros redigiram um discurso para o presidente e foram ao gabinete de Bolsonaro apresentar o texto.
Segundo aliados, o presidente ainda se recusa a falar sobre sua atuação política durante a gestão do petista Lula. Com 58,2 milhões de votos, Bolsonaro poderia assumir a oposição do novo presidente, mas, por enquanto, não quer tratar do tema.