As senadoras Simone Tebet (MDB) e Mara Gabrilli (PSDB) são, oficialmente, candidatas à Presidência e Vice-presidência da República nas eleições de outubro. A chapa foi anunciada por Tebet nesta terça-feira (2), em São Paulo.
"Eu tinha dúvida se uma chapa 100% feminina seria aceita. Que bom que as [pesquisas] qualitativas mostraram que homens e mulheres estão prontos para votar nessa chapa”, disse Tebet durante o discurso ao lado da vice, segundo o G1. Acrescentou que Gabrilli não será "vice coadjuvante" e que deve comandar um ministério caso conquistem o pleito.
Na sua vez de falar, Gabrilli destacou que “a riqueza do Brasil é a diversidade da população" e que "quem desdenha disso não merece ir adiante". Ela continuou:
Um estado ou um país que é bom para a pessoa com deficiência, ele é maravilhoso para as pessoas 'normais'. Sou uma pessoa que tem compromisso com a justiça social, com o combate à fome. (...) Fico muito arrasada, triste, de ver um governo desdenhando da população negra, das mulheres, das meninas, da população indígena, da população LGBTQIA+. Desdenhando daquele que tem uma deficiência ou doença rara, desdenhando de idosos.".
Acordo
O acordo que levou à formação da chapa passou por conversas entre as duas candidatas e líderes de ambos os partidos, como Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, e Tasso Jereissati (PSDB), que chegou a ser cotado como possível candidato a vice na chapa com Tebet, mas desistiu.
O Brasil vive, talvez, o momento mais difícil da sua história. A eleição deixou de ser uma festa e virou uma guerra de ódio, com ameaças constantes à nossa democracia e às nossas instituições. Não podemos aceitar isso como nosso destino. Reunimos aqui [nessa chapa] o que temos de melhor para devolver ao Brasil a alegria da vida pública”.
'PT quis puxar o tapete de nossa candidatura'
Durante o evento, Tebet também mencionou a relação entre o MDB e o PT. Ela lembrou da resistência interna que enfrentou por parte de caciques do MDB que preferem apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial, a exemplo do cearense Eunício Oliveira (MDB).
"Não serve o presidente que está aí e nem e o presidente do passado. Quis o PT puxar o tapete da nossa candidatura. Eu sei e a história também saberá", afirmou a senadora, que disse chegar onde chegou "contra tudo e contra todos".
Chapa feminina não será a única nas eleições
Além da chapa de Tebet e Gabrilli, também devem concorrer à presidência e vice-presidência, respectivamente, pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), a operária Vera Lúcia e a líder indígena Kunã Yoporã.
É a primeira vez que o Brasil terá duas chapas puramente femininas concorrendo aos cargos mais altos do Executivo.