O Senado e a Câmara Federal divulgaram, nesta segunda (9) e terça-feira (10), os prejuízos provocados pelos ataques terroristas sofridos pelos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). Acumulados, os danos aos prédios públicos demandam reparos avaliados em mais de R$ 7 milhões. O dinheiro para as reformas terá de sair do Tesouro Nacional.
Em ambas as Casas legislativas que compõem o Congresso, foram danificados carpetes, mobiliários, vidros, portas de gabinete, materiais de trabalho, televisores, tapeçarias, obras de arte e outros objetos.
Só no Senado, o rombo deixado pelos vândalos foi estimado entre R$ 3 e 4 milhões. Em entrevista, a diretora geral da Casa, Ilana Trombka, disse que não consegue, ainda, estipular um prazo para o fim do reparo, mas dará prioridade às obras estruturais, para garantir que os novos parlamentares tomem posse em 1º de fevereiro.
"Nós vamos trabalhar com o mínimo de gasto de erário, com o máximo de agilidade [...] Vamos buscar saber item por item, o tempo da restauração ou da compra ou da manutenção ou da troca de cada um desses itens", disse Trombka.
Já na Câmara dos Deputados, o reparo dos estragos custará mais de R$ 3 milhões, considerando apenas os objetos e equipamentos que podem ser repostos, segundo a Casa, como computadores, vidros, veículos e outros itens do mobiliário. Lá, para se ter ideia, cerca de 400 computadores foram destruídos, um prejuízo de mais de R$ 2 milhões.
Obras de arte ainda serão avaliadas
Durante as invasões, foram estragadas, também, muitas obras de arte de valor inestimável. Na Câmara, por exemplo, foi avariado um painel do artista brasileiro Athos Bulcão, e muitas outras peças que estavam expostas no Salão Verde, como a escultura 'Bailarina', do italiano Victor Brecheret, e a estátua 'Maria', de Sonia Ebling, que tem marca de paulada.
No Senado, foram atacados cinco quadros pintados em tinta óleo que enfileiravam a exposição de ex-presidentes da Casa. Além disso, foi destruída uma tela do artista gaúcho Guido Mondim e um tinteiro de bronze que data do Império.
"O desrespeito com a história brasileira, desrespeito mesmo com o bolso de cada cidadão que vai financiar todas essas atitudes de restauro, é lamentável", avalia Ismail Carvalho, profissional do Laboratório de Conservação do Senado.
Veja os principais estragos
No Senado
- Vidraças externas e internas quebradas;
- Exposição de presentes dados por chefes de Estado depredada;
- Painel de Athos Bulcão danificado;
- Tapeçaria de Burle Marx atingida por urina;
- Vidraças do Salão Negro quebradas e pichadas;
- Equipamentos de raio-x de visitantes deteriorados;
- Carpetes encharcados;
- Seis, dos 46 presentes dados por chefes de estado, expostos no Salão Verde, estão desaparecidos ou irrecuperáveis. Outros foram encontrados com danos pontuais.
Na Câmara
- 400 computadores;
- 40 impressoras;
- Aparelhos de rede de dados;
- Vidros diversos;
- Vídeo wall;
- 2 TVs;
- 11 telefones;
- 3 cadeiras;
- Tapeçarias;
- 2 viaturas.
Fontes: Câmara dos Deputados e Senado Federal
Ainda estão sendo avaliados pelo Congresso os custos com mão de obra e materiais relacionados à limpeza dos ambientes e reparos emergenciais.