Discursos que enfatizam faltas ou carência de atenção em algumas áreas, apontam desafios em outras, indicam necessidade de ampliar algum programa ou ação.
Na campanha política, muitas são as ênfases e promessas. Mas, na prática, o que os planos de governo no Ceará dos candidatos ao Executivo, nas eleições de 2022, dizem? O Diário do Nordeste analisou os documentos, extraiu as palavras mais mencionadas e aponta os destaques.
Até essa sexta-feira (12), cinco candidatos ao governo haviam registrado os planos junto à Justiça Eleitoral. Confira as palavras mais mencionadas nos seguintes planos:
- Capitão Wagner (União Brasil)
- Elmano de Freitas (PT)
- Roberto Cláudio (PDT)
- Serley Leal (UP)
- Zé Batista (PSTU)
O plano do candidato Chico Malta (PCB) ainda não consta no sistema e o prazo para essa inclusão, que ocorre em decorrência do registro oficial da candidatura, é até o dia 15 de agosto.
"Desenvolver" o Ceará
Ao longo das 123 páginas dos cinco planos de governo, que juntos têm cerca de 500 propostas, a palavra mais utilizada foi: desenvolvimento. A expressão se repete 125 vezes de forma distinta em cada plano, sendo mais reiterada no documento da candidatura do candidato Roberto Cláudio.
Políticas, população e governos são outras palavras bastante recorrentes. A análise do Diário do Nordeste foi feita de forma automatizada pelo site Wordclouds e conferido de forma manual, para que fosse interpretado o contexto da menção.
Para sistematizar a análise, foram estabelecidas grandes áreas ou temas, nas quais as políticas públicas são estruturadas.
Os planos de governo não são documentos padronizados, logo, cada um deles tem tamanho e número de propostas distintas.
Nesta eleição o maior plano tem 52 páginas e o menor 11. Assim sendo, a explicitação dos termos nos documentos é avaliada considerando a extensão de cada texto.
Confira os destaques em cada plano (ordem alfabética):
Capitão Wagner (União Brasil)
O plano tem 11 páginas e 44 propostas. A palavra predominante é: “segurança” ou a expressão “segurança pública”. São 15 menções. "Saúde" e "infraestrutura" também têm destaque com nove repetições cada.
Elmano de Freitas (PT)
O documento tem 20 páginas e 166 propostas. Nas grandes áreas, "saúde" é a palavra mais enfatizada. São 32 repetições. "Cultura, segurança e educação" aparecem em seguida, com 28, 20 e 20 menções, respectivamente, cada uma.
Roberto Cláudio (PDT)
Com 25 páginas e 94 propostas, o documento tem como destaque também o termo "saúde", com 19 citações. "Educação e infraestrutura" aparecem em seguida como termos mais recorrentes, com 13 e 11 menções, respectivamente.
Serley Leal (UP)
O plano mais extenso tem 52 páginas e 180 proposições. O destaque de repetição é o termo “saúde”, com 59 citações, seguido por "educação e mulheres", com 47 e 38 menções. Um destaque é que o termo facção ou facções - em referência a grupos criminosos que atuam no Estado - não aparece no plano.
Zé Batista (PSTU)
O documento tem 16 propostas ao longo de 15 páginas. O termo predominante no plano é "educação", com 22 citações. Em seguida, as expressões mais usadas são: "cultura", com 21 repetições, e "mulheres", com 19. O termo facção ou facções também não consta no plano.