A Polícia Federal aceitou um acordo de delação premiada com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi, apresentadora na Globonews.
Apesar da decisão, o Ministério Público Federal (MPF) precisa ser consultado sobre as condições para o acordo ser firmado. Além disso, a delação premiada só passa a valer após aval do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mauro Cid é investigado em vários casos, suspeito de fraude de cartões de vacinas, da minuta do golpe e da venda de joias e presentes recebidos pelo governo Bolsonaro em viagens ao exterior.
No último dia 28 de agosto, Cid passou mais de 10 horas depondo na sede da PF, em Brasília. O foco era a investigação que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para colocar sob suspeita o sistema judiciário brasileiro.
A defesa de Mauro Cid ainda não se manifestou.
Quem é Mauro Cid?
Com mais de duas décadas no Exército, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, de 44 anos, ocupou o cargo de ajudante de ordens de Jair Bolsonaro nos quatro anos de mandato do ex-presidente. Pela função, ele recebia R$ 1,7 mil, além do salário militar de R$ 26 mil.
Ele era responsável por ajudar em lives, filmar o "cercadinho" onde Bolsonaro falava com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada e resolvia pagamento de demandas particulares da família do ex-presidente.
Desde 3 de maio, Cid está preso após ser alvo de uma operação da PF que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid no sistema do Ministério da Saúde.