Nikolas Ferreira, deputado federal eleito pelo PL em Minas Gerais, recuperou a conta no Instagram, neste sábado (6), após a suspensão ordenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido ao compartilhamento de informações falsas. O bolsonarista continua sem acesso ao Twitter.
Os bloqueios às redes sociais de Nikolas Ferreira na sexta-feira (4), quando o deputado eleito publicou uma série de mentiras sobre as eleições e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu suspender as contas.
Nos stories, o deputado comenta sobre um tipo de perseguição por outros políticos. Nikolas disse que ainda não consegue ler as mensagens enviadas pelo Instagram. São mais de 6 milhões de seguidores.
A primeira publicação depois de recuperar a conta foi a imagem de Jair Bolsonaro fazendo um coração com as mãos. "Oi, testando", escreveu Nikolas na legenda. Personalidades como Karina Bacchi e Bruna Karla comemoraram o retorno.
Antes da suspensão, o bolsonarista havia publicado comentários sobre o conteúdo do canal La Derecha Diário, controlado pelo argentino Fernando Cerimedo, amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O conteúdo divulgava supostas fraudes nas eleições brasileiras com uma série de informações falsas. O material foi usado por aliados de Bolsonaro para levantar dúvidas sobre o resultado das eleições.
Urnas eletrônicas
No último domingo, 2, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito em segundo turno com 60 milhões de votos contra 58 milhões de Jair Bolsonaro (PL). Foi a sétima eleição presidencial desde que as urnas eletrônicas foram implementadas, em 1996. Até o momento, nenhuma fraude foi registrada nos pleitos realizados.
O principal argumento apresentado no vídeo de Cerimedo, e compartilhado por bolsonaristas, é de que cinco modelos de urnas eletrônicas, usadas na eleição deste ano, registraram mais votos para o petista do que para o atual presidente.
Segundo o TSE, todos os modelos de urna, citada no vídeo, já tinham sido submetidos a teste. Quando os militares apresentaram mais de 80 questionamentos ao TSE sobre a urna eletrônica, uma das principais cobranças era que apenas o modelo 2020 não tinha sido submetido à testagem.
Antes do pleito eleitoral, o Ministério da Defesa insistiu para que uma inspeção técnica fosse realizada. Os demais aparelhos, fabricados em outros anos, e já utilizados inclusive na eleição de 2018 em que Jair Bolsonaro foi eleito, tinham sido submetidos ao chamado Teste Público de Segurança (TPS) em anos anteriores.
Diante da pressão dos militares, o TSE submeteu o modelo 2020 à análise de peritos de universidades federais.
No site do TSE, é possível esclarecer dúvidas sobre as eleições no "chat bot", um canal de conversa de WhatsApp que permite a interação entre eleitores e a instituição. O serviço está disponível desde 2020, no combate à desinformação no processo eleitoral.