A governadora Izolda Cela (sem partido) comentou, nesta quinta-feira (15), as especulações envolvendo o seu nome para participar do Governo Federal, como possível indicação para o Ministério da Educação (MEC), o papel do senador eleito Camilo Santana (PT) e encontro com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é a primeira vez que a mandatária se pronuncia sobre o tema desde que Lula começou a anunciar os ministros, na sexta-feira passada (9).
As declarações foram feitas durante o lançamento do Sistema de Integração e Gestão de Informações de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (SIGIM), no Palácio da Abolição. O mecanismo deve potencializar os serviços de assistência social e proteção às mulheres vítimas de violência doméstica.
Idealizadora do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) que elevou a educação pública do Ceará à referência nacional, a gestora é uma das cotadas para assumir o MEC. Todavia, ela enfrenta resistência de parte da cúpula nacional do PT, mas conta com o apoio do senador eleito Camilo Santana (PT), que vem participando dos bastidores da composição do novo Governo. Ele também é cotado para o cargo.
Sobre as especulações envolvendo o seu nome para assumir o MEC, Izolda disse que está focada em concluir o seu serviço enquanto governadora do Ceará e irá esperar o "fluxo das coisas".
"Eu, normalmente, não antecipo questões relacionadas a isso, especialmente quando é ocupação de algum lugar, de algum cargo. Em primeiro lugar, o meu foco é concluir esse serviço. (...) Estou torcendo para que as definições sejam as melhores possíveis, sabendo que o nosso querido governador Camilo Santana, senador eleito, tem um papel muito importante na composição nacional. Eu fico por aqui, deixa vir o fluxo das coisas"
Equilíbrio de interesses
Questionada se tinha preferência pessoal pelo MEC, a mandatária negou, mas destacou que deseja os melhores resultados para a Educação Pública do Brasil, tendo em vista que foi uma das áreas mais "sofridas ao longo desses anos recentes".
"Não, desejo pessoal mesmo não. Eu não coloco essa questão nesses termos. Eu vejo que nós temos composições que envolvem lugares e composições de equipes que terão responsabilidades. Eu penso que elas exigem elementos de outra ordem também, de oposição e tudo. Eu estou torcendo muito para que tudo dê certo", destacou.
Quanto à resistência do PT a seu nome, inclusive com demonstrações de apoio ao deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) por parte da bancada federal do Ceará, Izolda disse que "talvez eles que tenham que se explicar melhor".
Diplomação de Lula
Na última terça-feira (14), Izolda Cela esteve em Brasília para participar da cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, ela se encontrou com o presidente e o acompanhou nos corredores do TSE.
A mandatária, no entanto, negou que tenha ocorrido alguma reunião formal sobre a composição do novo Governo Federal durante o encontro e destacou que estava representando o Ceará no evento. Representantes de outros estados também acompanharam a cerimônia de diplomação no TSE.
"Eu considerei muito importante termos essa representação do Ceará lá. Eu fui como governadora para garantir essa representação institucional em um momento importante da nossa democracia. Demarcar a importância de que tivemos eleições e os resultados das eleições devidamente respeitados com a diplomação. Então, foi muito nesse sentido, para mim, de estar ali naquele momento", finalizou