Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL) preso desde maio por suspeita de adulterar cartões de vacina, movimentou R$ 3,2 milhões em seis meses no ano passado. O período foi entre julho de 2022 e janeiro de 2023, conforme o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo o Coaf, o dado é "incompatível" com o patrimônio de Cid. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (27) pelo jornal O Globo.
No relatório, consta que a movimentação financeira de Cid teve R$ 1,8 milhão em débitos e R$ 1,4 milhão em créditos. O salário bruto dele, como militar do Exército, é R$ 26.239.
"Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente", pontuou o Conselho.
Movimentações lícitas, diz defesa
A defesa de Mauro Cid foi questionada pela reportagem do g1 sobre as movimentações. Os advogados responderam que não há nada de ilegal.
"Todas as movimentações financeiras do tenente-coronel Mauro Cid, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal", afirma o texto.
Dinheiro no exterior
O jornal O Globo revelou também que Cid fez transações no exterior, no montante de R$ 367.3 mil, em janeiro de 2023, período em que ele e Bolsonaro estavam nos Estados Unidos.
"Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se”, ponderou o Coaf.