Na terceira visita ao Ceará em 2021, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a repetir, em seu discurso, frases ditas nas viagens anteriores ao Estado. Desde a referência à filha Laura que, repete ele, tem "sangue na veia de um cabra da peste do Ceará" até a crítica à política do "fica em casa, a economia a gente vê depois" - em alusão às medidas de lockdown estabelecidas por governadores.
Além disso, o presidente novamente reforçou as ligações da sua gestão com o Nordeste - região da qual ele tem tentado se aproximar - e enfatizou o atendimento do auxílio emergencial em 2020.
Confira quais pontos Bolsonaro repetiu no discurso das três visitas ao Ceará em 2021:
Ligação com o Ceará
Durante os discursos feitos no Estado, Bolsonaro sempre inicia a fala fazendo referência à filha Laura e ao sogro Vicente de Paulo Reinaldo, conhecido como "Paulo Negão".
"É uma satisfação voltar a esse Estado, afinal a minha filha Laura, de 11 anos, tem sangue na veia de um cabra da peste aqui do Ceará", afirmou o presidente em Russas.
Ele já havia falado da filha ser neta de "um cabra da peste de Crateús", em Juazeiro do Norte, e também sobre Laura ter "em suas veias, sangue de cabra da peste do Ceará", em Tianguá.
Nesta última, onde esteve em fevereiro, ele completou: "Meu sogro é de Crateús, estou ligado a essa terra mais do que dar início a qualquer obra ou completar outra".
Esta não é a única ligação com o Ceará que Bolsonaro reiteira em seus discursos no Estado. Nas visitas, o cearense Coronel Aginaldo, comandante da Força Nacional, também sempre o acompanha.
"O homem que é muito importante no nosso governo, que nos momentos difíceis, sempre está a disposição de vocês", disse Bolsonaro.
O governo e o Nordeste
Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro reiterou ainda a participação de nordestinos no governo. "Um terço dos meus ministros são nordestinos", disse.
Como exemplo, ele chamou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, natural de Rio Grande do Norte. Ele também tinha sido citado por Bolsonaro na visita em Juazeiro do Norte, em agosto.
"O nosso ministro do Rio Grande do Norte, nordestino, Rogério Marinho. Nós os escolhemos pelo critério técnico mas também por ser profundo conhecedor dos problemas da região", disse na época.
Já em Tinguá, ele fez referência ao ministro do Turismo, Gilson Machado, natural de Pernambuco, e General Ramos, titutal da Secretaria de Governo, que "a família é de Caicó (RN)".
Crítica aos governadores
O presidente também repetiu - nas três visitas ao Ceará - as crítica feitas à política do "fica em casa, a economia a gente vê depois", segundo o próprio Bolsonaro.
A expressão faz referências às medidas adotadas por governadores brasileiros, inclusive por Camilo Santana (PT), de isolamento social rígido como medida protetiva durante a pandemia de Covid-19.
Em Juazeiro do Norte, ele chegou a chamar a atitude de "ato criminoso". Agora, ele disse que essas medidas representam uma "política nefasta".
Em Fortaleza, na visita à duplicação da BR 222, na mesma ocasião em que visitou Tianguá, o assunto também esteve no discurso: "Essa politicalha do fica em casa, a economia a gente vê depois, não deu certo e não vai dar certo".
Auxílio emergencial versus Bolsa Família
Nas últimas duas visitas - em Juazeiro e, agora, em Russas - o presidente Bolsonaro também repetiu a comparação entre o auxílio emergencial, pago desde o ano passado, e o Bolsa Família.
"O gasto ano passado com Auxílio Emergencial, equivale a 13 anos de Bolsa Família", destacou o presidente.
Nesta visita, o presidente Bolsonaro aproveitou ainda para falar do Auxílio Brasil - programa que deve ser anunciado nesta quarta-feira em substituição ao Bolsa Família.