Braço direito do hoje ministro Camilo Santana (PT) entre 2015 a 2020, o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSDB), revelou que desde as eleições do ano passado está “afastado” do petista.
O distanciamento ocorreu por conta do pleito eleitoral do ano passado, quando o petista defendeu o nome de Izolda Cela (sem partido) como candidata à reeleição e apoiou Elmano de Freitas (PT) ao Governo do Ceará. Por outro lado, Élcio esteve ao lado de Roberto Cláudio (PDT), nome que acabou derrotado nas urnas.
A declaração ocorreu nesta quinta-feira (28), durante a entrevista concedida pelo tucano aos editores e colunistas de Política do Diário do Nordeste, Jéssica Welma e Wagner Mendes, na live do Ponto Poder. Na conversa, ele revelou os planos de renovação do PSDB e a expectativa para o pleito do próximo ano e até de 2026.
A entrevista foi a segunda de uma série de conversas com dirigentes partidários a pouco mais de um ano das eleições de 2024. O Diário do Nordeste também publica a série “Influências Partidárias”, onde narra a história dos partidos no Ceará.
Ex-aliados
De acordo com Élcio, mesmo sendo homem de confiança de Camilo quando o petista era governador, sua indicação como vice-prefeito na chapa encabeçada por José Sarto foi uma escolha do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
“Quando veio o processo (de montagem da chapa de 2020), acabou que fui indicado a vice junto com Sarto. A indicação coube, ao menos o que me chegou, em uma discussão, a Ciro Gomes junto com Eudoro Santana, que recebeu uma ligação do Ciro pedindo para que ele me comunicasse que eu era indicado a vice-prefeito, foi dessa forma que acabei, como vice-prefeito, eleito com o prefeito Sarto”
Questionado se Camilo atuou para que Élcio estivesse na chapa pedetista, o tucano negou. “Até hoje, que eu saiba, não, nunca foi indicação do Camilo”, completou.
Distantes
Élcio contou ainda que, desde o ano passado, a relação que já foi de confiança com Camilo esfriou de vez. Os dois já não conversam há meses e das poucas vezes que se viram foi em eventos, mas que se mantiveram distantes.
“Depois da minha decisão (de apoiar Roberto Cláudio), nunca mais encontrei o Camilo. Na verdade, publicamente, acho que em um ou dois eventos, mas muito distante. Não tenho e jamais terei uma coisa pessoalmente contra o Camilo e, se encontrar, falo tranquilamente porque acho que contribuí muito para o Governo. Acho que boa parte dos resultados do Governo Camilo são da equipe que foi formada”
Segundo Élcio, o estopim para o afastamento foi sua decisão de seguir a escolha do PSB — partido que integrava à época — e apoiar a chapa do PDT. Agora, o político diz que seguirá na oposição ao grupo do petista no Estado.
“Houve um afastamento, estamos afastados, ele está na situação e eu na oposição, cumprindo meu papel de fiscalizar, fazer a boa crítica e construir um outro projeto”, concluiu.