O ministro da Educação Camilo Santana afirmou, nesta terça-feira (25), que os dados de estudantes devedores do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) devem ser rastreados pelo INSS e pela Receita Federal antes que seja realizado o novo formato do programa.
Em entrevista à GloboNews, o ex-governador do Ceará disse que o programa voltará a ter um viés mais social, pois o número de participantes tem diminuído ao longo do tempo.
O Fies deixou de ser um programa social para ser um programa financeiro. (...) O Fies vai voltar a ser um programa social e vai ter um novo programa de renegociação das dívidas porque grande parte [dos alunos] estão endividados
Camilo disse ainda que "vai voltar a financiar o teto" e que foi realizado um trabalho para identificar o "tipo da dívida".
"O que fizemos: pedimos os dados do INSS e da Receita Federal para cruzar informações porque nem as informações a gente tinha em relação ao tipo da dívida, ao tipo de devedor, para saber se essa pessoa não pagava porque não queria ou porque não podia", disse.
Segundo ele, "essas informações estão sendo cruzadas para saber se essa pessoa está trabalhando, se está no mercado formal de trabalho".
Camilo Santana afirmou que uma das metas do atual governo é aumentar o número de estudantes no ensino superior. Com o financiamento, aumentam-se as possibilidades de entrada nas faculdades privadas, que são a maioria no Brasil.
"É importante as pessoas saberem que 85% das nossas universidades, dos cursos superiores no Brasil são privados. Para a gente atingir as metas do Plano Nacional de Educação, precisamos colocar estudantes dentro das universidades privadas. Então, o financiamento é muito importante para as pessoas carentes", argumentou.
Cursos técnicos
Na última semana, Camilo Santana defendeu a ampliação de financiamento de cursos técnicos pelo Fies. Segundo ele, o projeto vem sendo amplamente discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).