Em meio ao avanço das articulações de partidos aliados que tentam se fortalecer para a campanha de 2022, o senador Cid Gomes (PDT) se reuniu nesta segunda-feira (7) com a cúpula do partido e os pré-candidatos ao Governo no Ceará em Fortaleza. Em coletiva pós-reunião, Cid defendeu a candidatura do governador Camilo Santana (PT) ao Senado e anunciou busca por partido aliados, de PT a PL, após a janela partidária.
O encontro de pedetistas aconteceu após a cúpula do PT anunciar Camilo como pré-candidato a senador, mas sem por fim a dilemas internos no PT com ala que rejeita a cabeça de chapa do PDT.
No evento, estavam também o presidente estadual da sigla, o deputado federal André Figueiredo, e os pré-candidatos ao Governo, o ex-prefeito da Capital, Roberto Cláudio, a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, o deputado federal e ex-secretário de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), Mauro Filho, e o atual presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão.
Camilo no Senado
Ao iniciar seu discurso, após a reunião, Cid foi enfático ao defender o engajamento na campanha de Camilo por parte do PDT.
"Defendemos a candidatura (de Camilo Santana). O papel que o Camilo tem hoje no cenário nacional, a respeitabilidade que adquiriu na sua gestão no Ceará o coloca como agente importante para uma candidatura ao Senado, que terá pleno apoio, pleno engajamento do PDT", afirmou Cid.
A indicação de Camilo ao Senado, ainda que o próprio governador não fale abertamente sobre o assunto, foi antecipada pelo PT como forma de reduzir as tensões. Ala do PT encabeçada pelos deputados Luizianne Lins e José Airton não querem abrir mão de indicar um petista ao Governo com receio de perderem espaço no palanque do pré-candidato a presidente petista, Lula, em detrimento do pré-candidato pedetista, Ciro Gomes.
Vice na chapa
Apesar de pretender manter a aliança com o PT, que também já se manifestou favorável a essa parceria, o PDT quer encabeçar a chapa que vai concorrer ao Governo.
Para o senador Cid Gomes, é “natural” que, nas eleições deste ano, o PDT lance candidato ao Estado e o PT invista na candidatura de Camilo ao Senado. Inclusive, para o parlamentar, isso não deve atrapalhar a relação “harmoniosa” entre os partidos.
“Eu acho que o natural é que o PDT tenha candidato ao Governo e o PT tenha candidato ao Senado. Isso é possível acontecer em aliança no plano estadual mesmo com os dois (candidatos) tendo candidatos a presidente distintos”, declarou Cid.
Nesse meio, segue aberta também a indicação para o cargo de vice-líder. Cid defende que seja ocupada por um partido aliado, que não seja PT ou PDT.
Ainda assim, o senador deu indícios de que essa decisão partirá após as definições de aliados na base.
Conversa com aliados
Cid disse ainda que, após o prazo da janela partidária, em que há troca de partido sem risco de perda de mandato, o foco será a abertura de diálogo com aliados históricos da base governista.
Segundo o senador, a ordem será a representatividade na Câmara Federal dos 10 maiores partidos.
"Iremos procurar o Partido dos Trabalhadores, que é o partido com maior acento na Câmara Federal; o Progressistas (dirigido pelo deputado federal AJ Albuquerque), que é o terceiro partido, aliado nosso. Pulamos o PSL no aguardo dessa fusão que está proposta por dois partidos, mas que ainda não é oficial", disse Cid em referência à fusão entre PSL e DEM que deve criar o União Brasil.
Ele citou ainda o diálogo com o PSD, dirigido no Ceará pelo ex-vice-governador Domingos Filho e o deputado federal Domingos Neto; e o PSB, cujo presidente é o deputado federal Denis Bezerra.
Cid fez menção ainda ao MDB, liderado pelo ex-senador Eunício Oliveira, que já se ofereceu para ser candidato ao governo em chapa com o PT para garantir palanque para Lula. Segundo Cid, "não há nenhum veto".
"O Republicanos que, na última eleição, não esteve conosco, temos já começado a dialogar com ele no sentido de os termos de volta ao nosso abrigo", disse Cid, mencionando o dirigente, o vereador Ronaldo Martins, que foi aliado de Capitão Wagner (Pros) em 2020.
Segundo Cid, o PL, apesar de aliado de primeira ordem, com o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, vive impasse após a filiação do presidente Jair Bolsonaro.
"Vamos aguardar a orientação nacional, mas ratifico nossa extraordinária relação com o presidente Acilon e o deputado federal Junior Mano", pontuou.
Outro partido na mira é o PSDB, que foi aliado na campanha de 2020. "Tem como líder o maior governador da história do Ceará (Tasso Jereissati) e que foi aliado na campanha do nosso prefeito Sarto", disse Cid.