Capitão Wagner tenta apoio de PL e Republicanos, e aliados defendem mulher para vice

Ainda sem chapa fechada, Wagner irá esperar definições no PT e no PDT; empresários também são cogitados

Sem um nome definido para compor a chapa como vice na corrida pelo Governo do Ceará, Capitão Wagner (UB) ainda espera o apoio do PL e do Republicanos no seu arco de aliança. Uma das estratégias dos aliados é de que uma mulher seja indicada. Reservadamente, a preferência no entorno é de que o nome saia da Região do Cariri, o pré-candidato não descarta.

O grupo de oposição aguarda definições de partidos como PT e PDT para tornar público os movimentos de bastidores para a montagem da chapa. A ordem é esperar a convenção do PDT marcada para o domingo (24) e o encontro de tática eleitoral do PT, que ocorre um dia antes.

O PDT já decidiu lançar o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio para a disputa, enquanto o PT e partidos aliados definem no final de semana se seguem candidatura própria e quais os candidatos.

Interlocutores e aliados no entorno do Capitão Wagner se adiantam e veem como positiva a escolha de mulher para marchar como vice da oposição.

Um dos nomes cotados é o da professora e ex-vereadora Elizabeth Oliveira, professora em Juazeiro do Norte e com experiência em articulações políticas. Elizabeth é mãe do prefeito de Juazeiro, Glêdson Bezerra (Podemos), e filiada ao partido Republicanos, que ainda não decidiu se estará na base ou na oposição nas Eleições 2022.

Procurado, o presidente estadual da sigla e vereador de Fortaleza, Ronaldo Martins, não respondeu as mensagens nem atendeu ligações até a publicação da matéria.

“Se o Republicanos vier, se o PL vier a gente vai ter opções de mulher, de representações no Interior, de empresários. São muitas as opções a partir da vinda de um dos dois partidos ou dos dois”, avalia Capitão Wagner, em entrevista ao Diário do Nordeste.

A situação com o PL, no entanto, tem um tensionamento a mais, uma vez que o presidente, Acilon Gonçalves, e demais membros pressionam para que Wagner apoie abertamente a reeleição do presidente Jair Bolsonaro no Ceará.

O pré-candidato, no entanto, já declarou que não pretende nacionalizar o palanque e que mais de um candidato à Presidência da República seria bem-vindo em sua campanha.

Aliados compram a ideia

A possibilidade de compor com Elizabeth foi inicialmente ventilada pelo deputado federal Danilo Forte (UB), “por ela ser uma mulher e professora”.

“Ela é pedagoga, foi diretora de escola e é ao mesmo tempo importante para nós; é melhor do que estar correndo atrás desses partidos de aluguel”, diz o parlamentar.

Para o ex-governador Lúcio Alcântara, o nome de Elizabeth ganha ainda mais peso por ser uma liderança na Região do Cariri, a maior do Estado com 29 municípios.

“Uma mulher professora e do Cariri, uma região grande. O Cariri tem sempre um sentimento de abandono [...], eu julgo essa opção uma opção interessante, digna de atenção e de um exame em profundidade”, avalia o ex-governador.

Lúcio ainda lembra as eleições de 2020, quando Wagner concorreu para prefeito de Fortaleza e teve como vice a advogada Kamila Cardoso, ambos à época no Pros. 

Glêdson na oposição

Eleito em 2020 pelo Podemos - um partido que nacionalmente é de oposição ao PT do ex-governador Camilo Santana -, o prefeito Glêdson Bezerra vinha sendo procurado para apoiar a eventual candidatura de Izolda Cela (PDT).

A articulação foi feita pelo vice-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Fernando Santana (PT), que não obteve êxito. No último dia 14 de julho, Glêdson anunciou que apoiará Capitão Wagner na disputa pelo Executivo.

Questionado sobre as chances de que a professora Elizabeth componha a chapa como vice, Wagner adota um tom cauteloso.

“Até o dia 5 muita coisa pode acontecer. Nós estamos conversando com partidos que podem se somar aos partidos que estão comprometidos com a nossa candidatura”.

Nas redes sociais, por outro lado, a educadora fez diversas postagens agradecendo a possível indicação do seu nome e abriu uma área de interação para seguidores opinarem sobre o assunto.

“Recebo com grande surpresa e gratidão a indicação, mas quero saber a opinião dos meus amigos”, escreveu a professora. 

Vice em aberto

Outras opções, no entanto, já foram cogitadas por Wagner para compor a sua vice. Uma delas é o empresário Gilmar Bender, que também reside em Juazeiro do Norte. Bender já foi do grupo dos irmãos Ferreira Gomes, mas hoje compõe a oposição no Governo do Estado. 

Os empresários Luizinho Girão e Oscar Rodrigues também já foram mencionados por Wagner como possível composição na chapa. 

Neste sábado (23), o pré-candidato estará em Juazeiro do Norte para uma série de entrevistas e também gravação de material de campanha.