Arthur do Val renuncia ao cargo de deputado estadual de São Paulo após abertura de processo

Ação aberta pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa poderia gerar cassação de mandato

O deputado Arthur do Val (União Brasil) renunciou, nesta quarta-feira (20), ao cargo de deputado estadual de São Paulo. A decisão veio após o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa paulista aprovar, por unanimidade, processo que poderia provocar a cassação do seu mandato.

"Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições", escreveu em nota, conforme o portal G1.

O político é julgado por quebra de decoro parlamentar em razão do envio de mensagens de voz fazendo comentários sexistas sobre ucranianas que buscavam sair do país após invasão pela Rússia. Os arquivos foram gravados durante visita de Arthur do Val à Ucrânia, no início de março, e enviados a um grupo privado, mas vazaram posteriormente.

À época da visita, o então deputado afirmou ter rumado ao território ucraniano para "ver o que está acontecendo 'in loco'".

"Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade", comentou no áudio gravado.

No início de março, o Podemos, partido ao qual Arthur do Val era filiado, acatou pedido de desfiliação. Ele estava filiado à legenda havia cerca de 30 dias e também foi alvo de procedimento disciplinar interno, o qual foi aberto para avaliação de um pedido de expulsão protocolado pelas presidentes do Podemos Mulher Nacional e estadual de São Paulo, respectivamente, Márcia Pinheiro e Alessandra Algarin.

Ainda em março, o político decidiu ingressar no União Brasil. A filiação ocorreu de forma discreta, sem ato público, ainda de acordo com o canal de televisão.

Apesar de ter renunciado, o processo contra o parlamentar segue em curso na Alesp. Se a cassação for aprovada, ele pode ficar inelegível por oito anos, apontou o G1.

Confira nota de Arthur do Val na íntegra

“Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições.

Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito a defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política.

Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos”.

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