Diante do atentado da noite anterior na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quinta-feira (14), que é impossível conceder anistia aos acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.
"Ontem foi a demonstração de que só é possível pacificar o País com responsabilização dos criminosos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos. Nós sabemos que o criminoso anistiado é um criminoso impune. A impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem", destacou o ministro.
Moraes garantiu ainda que o caso, que terminou em um homem morto, "não é isolado de contexto" e que "se iniciou lá atrás, quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra instituições".
"As pessoas acham que podem vir a Brasília e tentar explodir o STF porque foram instigadas por pessoas com altos cargos a atacar", continuou o ministro, que classificou o atentado como o "mais grave" sofrido pelo Supremo desde o 8 de janeiro.
"A pessoa tentou ingressar no Supremo, mas foi barrada pela segurança, que percebeu que tinha artefatos amarrados, e se dirigiu até a estátua da Justiça. A ideia era tentar ingressar e explodir dentro do próprio Supremo Tribunal Federal", alertou o magistrado.
Regulamentação de redes sociais
Moraes aproveitou o momento para falar sobre a importância de regulamentar as redes sociais.
"As autoridades públicas, aqueles que defendem a democracia, devem decidir exatamente para que haja responsabilização, para que haja uma regulamentação das redes sociais. Não é possível mais esse envenenamento constante pelas redes sociais", argumentou.
Entenda o caso
Um homem morreu na noite dessa quarta-feira (13), suspeito de tentar detonar a sede do STF, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Duas explosões foram registradas no local. Uma foi em frente ao STF e outra foi no entorno da Câmara dos Deputados.
O indivíduo, identificado como Francisco Wanderley Luiz, 59, era chaveiro, mas chegou a ser candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020, no Rio do Sul, em Santa Catarina, mas não se elegeu.