Presidente eleito define chefe do Itamaraty para melhorar imagem do Brasil

Bolsonaro escolhe Ernesto Araújo para assumir o Ministério das Relações Exteriores e se reuniu com embaixadores

Jair Bolsonaro já tem uma estratégia para melhorar sua imagem no exterior. Nesta quarta-feira (14), ele escolheu seu futuro chanceler e se reuniu com vários embaixadores. Em um sinal de foco nas relações diplomáticas com Washington, o presidente eleito escalou o embaixador Ernesto Araújo, 51 anos, atual diretor do Departamento dos EUA, Canadá e Assuntos Interamericanos para assumir em 2019 o comando do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). 

Araújo tem um alinhamento direto com Bolsonaro. Durante a campanha, ele criou um blog defendendo as ideias do então candidato do PSL. O blog se chama Metapolítica 17. 

Na apresentação, Araújo coloca-se como escritor e afirma que deseja “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”. 
Ao anunciar Araújo para o Itamaraty, Bolsonaro afirmou que “a política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje”. Após ter feito o anúncio nas redes sociais, Bolsonaro deu entrevista coletiva em Brasília ao lado de Araújo, a quem definiu como uma pessoa “experiente apesar de jovem”. 

Bolsonaro defendeu que o futuro ministro motive a diplomacia brasileira e incremente o comércio “sem viés ideológico”, em referência contrária à política externa dos governos do PT, de aproximação de países de regimes de esquerda, como Cuba e Venezuela.

Em discurso, o futuro ministro disse que espera implementar parcerias comerciais em benefício de todos os brasileiros. “Antes de tudo quero garantir que esse momento extraordinário que o Brasil está vivendo com a eleição do presidente Bolsonaro se traduza dentro do Itamaraty. Uma política efetiva, em função do interesse nacional. Uma política do Brasil atuante, do Brasil feliz, do Brasil próspero”.

Já o general da reserva Augusto Heleno, um dos principais auxiliares de Bolsonaro, disse que o “desgaste da imagem” do Brasil no exterior ficou evidente durante a campanha eleitoral, mas isso será desfeito rapidamente. Bolsonaro conversou, ontem com embaixadores. Segundo Heleno, esses diplomatas desejaram que “Deus nos ajude”.

O futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) atribuiu à oposição esse desgaste. “Foi um recurso desprezível usado por um dos lados, injustificável. Inadmissível que autoridades brasileiras façam campanha contra o Brasil. Isso é lamentável e vai se desfazer com o tempo, porque são tão infundadas que o tempo vai se encarregar de mudar essa visão”.

O presidente eleito se reuniu, ontem, com os embaixadores do Chile, Emirados Árabes, França e Reino Unido no gabinete de transição. “Foram conversas diplomáticas. Votos de parabéns pela eleição, desejo que Deus nos ajude, que Alá nos ajude”.