Planalto sinaliza flexibilizar proposta de reforma da Previdência

Pontos da proposta inicial de reforma da Previdência podem ser alterados após negociações no Congresso

Aliados do Palácio do Planalto no Congresso Nacional começaram a discutir a flexibilização da reforma da Previdência para tentar diminuir os focos de resistência à proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada.

O primeiro recuo em debate com a oposição trata da aposentadoria do trabalhador rural. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, evitou, nesta quarta-feira, comentar mudanças em pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Nova Previdência, principalmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e a aposentadoria rural. "Calma, está sendo negociado, acertado", afirmou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu, nesta semana, que as mudanças no BPC e na aposentadoria rural sejam retiradas da pauta da Previdência e avaliadas separadamente. Sobre a possível negociação de cargos para a aprovação da PEC, Onyx afirmou apenas: "Estamos conversando".

Onyx afirmou que Bolsonaro vai participar ativamente na discussão sobre a reforma da Previdência na sociedade depois do Carnaval. "É muito importante a presença do presidente nesse debate da Previdência", disse o ministro.

Ele ainda afirmou que os militares ficaram de apresentar um projeto de reforma da carreira em 30 dias. O ministro voltou a dizer que quer aprovar a reforma até junho nas duas casas e disse esperar que, até lá, todas as carreiras (civil e militar) estejam "no mesmo patamar".

Ele considerou como "cláusula pétrea" e "inegociável" no Governo conseguir, "no mínimo", uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos com a aprovação da reforma.

Debate sobre a reforma

O secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, rebateu a avaliação de que Jair Bolsonaro não tem se empenhado na comunicação da reforma da Previdência. "O presidente está envolvido, mas sem cacarejar demais da conta", disse.

Conversa com oposição

Recém-indicada como líder do Governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) reafirmou que procurará a oposição para discutir um eventual apoio à aprovação da reforma da Previdência. Para ela, a pauta demanda união de todos os partidos, independentemente da posição política.