O empresário Carlos Wizard entrou em contato com a CPI da Covid, nesta segunda-feira (21), solicitando que uma nova oitiva com ele seja marcada. O pedido acontece após a comissão requerer a condução coercitiva para ele prestar depoimento no plenário do Senado Federal. A informação é do O Globo.
A defesa do empresário pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que barrasse a possibilidade de uso da força policial pela CPI, mas o ministro Luís Roberto Barroso não atendeu à solicitação. A corte concedeu à Wizard o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si na CPI, mas não o isentou de comparecer, como o fez com o governador do Amazonas Wilson Lima.
"Para dar cumprimento à decisão proferida pelo STF no HC 203387, de relatoria do Exmo. Ministro Barroso, solicitamos audiência, se possível ainda hoje, com o sr. Presidente dessa CPI/Pandemia para tratar da designação da data em que ocorrerá o depoimento do Se. Carlos Wizard Martins ou dela ser informado se já houver sido designada. Estamos à disposição para estarmos presentes ainda hoje", escreveu o representante legal de Wizard, Guilherme Gordo.
Inicialmente, o empresário deveria ter comparecido à CPI na última quinta-feira (17), mas faltou à sessão. Na justificativa, o advogado dele afirmou que ele estaria nos Estados Unidos, com problemas de saúde na família.
Na ocasião, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), determinou que o Wizard tivesse o passaporte retido pela Polícia Federal, assim que ele ingresse em solo brasileiro "e somente lhe seja devolvido após a prestação de depoimento perante a comissão".
Segundo Aziz, os representantes legais de Wizard procuraram a secretaria da comissão às 7 horas da quinta-feira para pedir uma audiência em que poderiam "tratar de redesignação da data mais adequada dentro do cronograma dessa Comissão Parlamentar de Inquérito".
"É uma brincadeira dele, né. Uma data combinada para ele vir. Carlos Wizard foi devidamente intimado para depor por diversos meios, postal, mensagem, celular e em conta de e-mail, e, conforme anunciado na reunião de terça-feira (15) essa comissão adotará em relação ao depoimento de Carlos Wizard, assim como a qualquer outro depoente que se recusar a comparecer, o procedimento descrito no artigo 3º, parágrafo 1º da Lei 1.579/1952", disse o presidente da comissão.
Aziz também comentou o fato do empresário, mesmo munido de habeas corpus expedido pelo STF, não comparecer à sessão.
"O que me espanta é um cidadão procurar o Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir um habeas corpus para vir a essa CPI e ficar em silêncio nas perguntas que forem feitas a ele e ele não aparecer", condenou.
Na sexta-feira (18), Wizard passou da condição de testemunha para investigado pela CPI da Covid. Ele é suspeito de ter financiado um gabinete paralelo, fora do Ministério da Saúde, que teria influenciado o governo nas decisões sobre a pandemia.