A disputa interna no PDT cearense chegou a níveis insustentáveis e que não se vê cenário viável de resolução dos problemas à base do diálogo. As últimas reuniões, inclusive, foram de tensões e bate-boca.
No mais recente episódio, o PDT nacional dissolveu o diretório estadual sob argumento de que o mandato anterior já havia expirado desde a quinta-feira (5).
A decisão ocorre mesmo após Cid Gomes ter reunido assinaturas para eleger uma nova Executiva. Aliás, a dissolução ocorre justamente por isso.
Em meio às acusações de "ditadura", cada um usa as armas que tem. Como presidente interino do partido nacionalmente, André Figueiredo acabou dissolvendo o mandato dele mesmo enquanto presidente estadual. A decisão ocorre como uma cartada para não perder o controle do partido.
Cid, por outro lado, que já havia conquistado assinaturas para se eleger presidente da legenda, agora só tem o espaço judicial para tentar reverter a situação – já que o diálogo com Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente de honra da legenda, também é precário pela afinidade que tem com Figueiredo e Ciro Gomes.
Falando em justiça, outro pedetista importante, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Evandro Leitão, vive um tensionamento judicial contra o PDT por conta da carta de anuência que foi aprovada por unanimidade e que, na sequência, foi contestada pela instância nacional da sigla.
Como citei no início da coluna, não há canal de diálogo entre os nomes de maior força dentro do partido. Ninguém está disposto a ceder e o próximos episódios são imprevisíveis.
A disputa interna já trouxe marcas irreparáveis ao maior partido do Ceará, e que pode impactar severamente na organização pedetista para as eleições municipais do ano que vem. A quantidade de prefeitos no Ceará deve ser o maior foco de desmobilização.