O Clássico da Paz era um grande teste para Ceará e Ferroviário neste início de temporada. E de forma surpreendente, o Tubarão da Barra atropelou o Ceará por justíssimos 3 a 0 no Presidente Vargas.
A atuação coral foi excelente, como há muito tempo não se via pelos lados da Barra do Ceará. O time coral fez uma partida perfeita dentro de sua proposta: deixar a posse da bola com o Alvinegro e atuar nos contra-ataques.
E deu certo com louvor. Ciel, Erick Pulga e Deysinho infernizaram a defesa alvinegra, que esteve perdida durante todo o jogo.
O único momento em que o Ceará foi superior ao Ferrão foi nos primeiros 10 minutos de jogo. Vina, Janderson, Jean Carlos e Luvannor tentaram, mas pararam no goleiro Douglas Dias, outro destaque do jogo.
Depois de segurar a pressão, o Ferrão passou a encaixar seu jogo, acertando a trave com Felipe Guedes e abriu o placar com Ciel, de pênalti.
Aos 44, Erick Pulga marcou um golaço, ampliando a vantagem.
Na etapa final, fez o 3º com Ciel e não teve dificuldade para segurar o resultado contra um perdido Ceará.
Impressões do Ferrão
A equipe de Kobayashi é bem armada e pegou corpo nos 3 jogos anteriores, sendo dois pela Pré-Copa do Nordeste. Ciel e Pulga fazem uma bela dupla de ataque, velozes e de muita movimentação.
Ainda que não tenha um centroavante, o time coral consegue converter suas chances.
A defesa coral é segura, e o meio começa a se acertar mais, com Vinícius, Lincon, Felipe Guedes e Deizinho.
A equipe pode sonhar com uma vaga na próxima fase da Copa do Nordeste e ir bem no estadual.
Impressões do Ceará
A partida do Alvinegro foi desastrosa. Defensivamente a equipe não funcionou. Falhou demais lá atrás, com Luiz Otávio e Pagnussat irreconheciveis. As laterais também não funcionaram com Buiú e Danilo Barcelos. Ou seja, a atuação defensiva assustou.
O setor de marcação no meio também foi frágil, com Richardson e Caíque. Na frente, Vina, Luvannor e Janderson criaram pouco. O meia Jean Carlos foi o melhor do time, mas substituído no intervalo.
A verdade é que o Ceará está em processo de montagem e não tem entrosamento ainda. A pressão no clube é imensa - leia-se na diretoria - e a torcida carrega toda a frustração de 2022, ano terrível para o clube. Era até previsível que em caso de derrota o torcedor protestaria contra o presidente Robinson de Castro em tom de ameaça.
É preciso ter paciência - mesmo com uma derrota dessas - e esperar uma reação do trabalho de Morínigo. No início de temporada estes resultados acontecem e o elenco tende a evoluir. São 11 reforços que precisam ainda de um entrosamento em assimilar o padrão de Morínigo.
Mas a pressão gigante pode atrapalhar e a torcida cobrará resultados. A temporada é longa e o clube precisa fazer uma Série B segura e voltar para a elite. Mas até lá, o torcedor cobrará resultados imediatos, já nos próximos jogos. Pacajus e Maracanã pelo Estadual não devem ser problema, mas o Sampaio Corrêa (4/2), Fortaleza (7/2) e Sport (14/2) são adversários pesados e Vovô precisará da uma resposta para o torcedor.