A ameaçadora zona de desconforto

Os insucessos de Ceará e Fortaleza, na atual Série A, trouxeram de volta um fantasma que há muito estava afastado das preocupações cearenses: o rebaixamento. Se existir uma coisa que atormenta, é estar na zona maldita ou nas suas proximidades. A reação terá de ser rápida, consistente e convincente. A zona de rebaixamento é um sinal de alerta. O clube que frequenta a zona tem de arregalar os olhos como quem está diante da morte. Agir com todos os esforços possíveis para conter a ameaça. Quem negligenciar nessa hora pode pagar muito caro o preço da desatenção, o erro da falta de percepção e o grave equívoco da lerda avaliação. A pressão da torcida faz sentido.

O Fortaleza passou oito anos na Série C, onde padeceu todo tipo de humilhação. O Ceará passou seis anos na Série B, onde, em momentos, perdeu a ambição de subir, numa acomodação própria dos fracos, acomodados e pusilânimes. A zona de rebaixamento é como vírus: logo se espalha e contamina os que estão mais próximos. Aí, contaminados, fica mais difícil de sair da faixa porque nela estão o complexo de inferioridade, a deterioração da autoestima e o definhamento da autoconfiança. Uma desgraça.   

 

 

Finalização 

 

Há algo que vem incomodando os nossos dois representantes: o elevado índice de erros de finalização. Aliás, compreendo até que o Fortaleza vem desperdiçando mais chances que seu maior rival. São inacreditáveis oportunidades mandadas para fora. Necessária e obrigatoriamente Ceará e Fortaleza precisam aperfeiçoar a pontaria, sob pena de exclusão da Série A no final da temporada. 

 

Letalidade 

 

Elevar o índice de aproveitamento das chances passou a ser um item fundamental nos objetivos do Ceará e do Fortaleza. Não é golear em um só jogo e depois passar vários jogos sem golear. Há que sustentar uma média viável, compatível. A letalidade na última bola é que define posições. Não adianta criar dez chances e perder as dez. Isso se chama perda de tempo e de energia. 

 

Sequência 

 

Fortaleza e Ceará precisam abrir uma sequência de vitórias. Sequência de empates ilude, porquanto o time não perde. Além disso, soma um único ponto. A rigor, o empate é o resultado mais enganador do futebol. Aliás, bem próximo da derrota porque separado por apenas um ponto. Aí vale o ditado popular: quem tem dois tem um e quem tem um não tem nada. É por aí. 

 

De volta 

 

O lateral-direito, Wagner Filho, após experiências na Alemanha e nos Estados Unidos, volta ao Maranguape, time de sua terra natal. Wagner, jovem cearense de 22 anos de idade,  também atuou pela Série B do Campeonato Paulista. Na Alemanha, foi capitão do Darmstadt, indicado pelo treinador Chris Weigel. É uma promessa jovem que pode surpreender. Olho vivo!