O Ceará foi apontado como o sétimo maior mercado de estagiários do Brasil e o segundo maior do mercado do Nordeste. Segundo dados do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o Estado fechou o ano de 2021 com mais de 32,4 mil vagas de estágio, superado apenas por Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. No total, o País terminou o ano passado com 707.903 vagas preenchidas.
O resultado colocou o Ceará na segunda colocação no Nordeste, superando o terceiro lugar (Pernambuco) em cerca de 9 mil vagas. Considerando o cenário nacional, São Paulo apontado como maior mercado para as primeiras oportunidades para os jovens com mais 16 anos, acumulando mais de 136 mil vagas preenchidas nessa modalidade.
Confira o ranking com melhores resultados de 2021:
- São Paulo - 136,8 mil
- Minas Gerais - 78,5 mil
- Rio de Janeiro - 63 mil
- Rio Grande do Sul - 59,5 mil
- Paraná - 52,1 mil
- Bahia - 41,6 mil
- Ceará - 32,4 mil
Cenário de recuperação
Os dados do CIEE, parte de um levantamento anual, indicam um claro cenário de recuperação do mercado para estagiários no País após a crise gerada pela pandemia, com um crescimento consecutivo nos dois últimos anos (2020 e 2021). Além disso, as previsões para os próximos anos também indicam uma recuperação na criação de vagas, com uma expectativa de alta de 13,3% em 2022, e 8,6% em 2023.
No primeiro trimestre de 2022, o CIEE já registrou 726.610 estagiários ativo no País, indicando uma evolução de 18,2% em relação ao igual período do ano passado. Segundo Lucas Assis, analista da consultoria Tendências, a perspectiva de melhora é reflexo da normalização das atividades econômicas após as restrições aplicadas durante a pandemia e também pelas medidas de incetivo dadas pelos governos (Federal e Estadual) nos últimos meses.
Veja a evolução do mercado de estagiários desde 2013 na comparação anual
- 2013: 7,1%
- 2014: 6%
- 2015: 9,9%
- 2016: -8,1%
- 2017: 7,9%
- 2018: 15,7%
- 2019: 3,6%
- 2020: -23,4%
- 2021: 3,6%
- 2022 (estimativa): 13,3%
- 2023 (estimativa): 8,6%
Impactos no Nordeste
Apesar do cenário de recuperação no Brasil, Lucas Assis destacou que, pelo caráter da atividade econômica na Região, o Nordeste foi um dos mais impactados pela pandemia no quesito de criação de vagas para estagiários, o que pode frear um pouco a restruturação de oportunidades.
"Essa região foi muito atingida pela pandemia, e desde 2000 até a recessão em 2015 tivemos uma geração de muitos postos de estágio em setores ligados a serviços e comercio, relacionados a turismo, por exemplo. E esses segmentos são os que dependem da interação social, além de pagar bolsas menores. E durante a pandemia tivemos uma queda muito grande dessas vagas por conta da queda de atividades financeiras, então a recuperação no Nordeste pode ser mais lenta do que a do Sudeste, por exemplo", disse.
"Além disso, o Nordeste tem uma participação grande de empresas de menor porte em comparação com outras regiões, e elas foram as que mais sentiram muito os impactos da pandemia, então isso também afeta a geração de vagas de estágio", completou Assis.
Vagas por setor
O levantamento do CIEE ainda apontou os setores que mais tiveram vagas ativas de estágio no ano passado, indicando um resultado representativo dos ofícios ligados a setores administrativos e jurídicos.
Confira o topo da lista de setores para as 707.903 vagas em 2021 no Brasil:
- Atividades jurídicas, de contabilidade e auditoria: 56.722 vagas (8%)
- Pré-escola e ensino fundamental: 55.616 (7,9%)
- Outros serviços prestados pela administração pública estadual: 46.410 (6,6%)
- Administração pública e regulação econômica e social (municipal): 45.548 (6,4%)
- Educação superior: 35.665 (5%)
- Serviços de arquitetura e engenharia: 25.536 (3,6%)
- Atividades de atenção ambulatorial: 24.252 (3,4%)
- Atividades de condicionamento físico: 22.536 (3,2%)
- Atividades de atendimento hospitalar: 22.156 (3,1%)
- Serviços financeiros: 17.719 (2,5%)
- Ensino médio: 17.719 (2,5%)
- Outras atividades de ensino: 14.494 (2%)
- Atividades dos serviços de TI: 13.237 (1,9%)
- Administração pública e regulação (Estadual): 12.831 (1,8%)
- Restaurantes e outros serviços de alimentação: 11.691 (1,7%)
- Creche: 11.590 (1,6%)
- Construção de edifícios: 10.834 (1,5%)