Vitamina D atua da imunidade ao metabolismo ósseo; veja principais benefícios

Especialista detalha ainda como aumentar o hormônio e quais são os sintomas quando há carência no organismo

A vitamina D veio se tornando bastante popular ao longo dos últimos anos e muito se escuta sobre seus benefícios e como aumentar as taxas no organismo. Mas você sabe realmente o que ela é e como atua?  

O médico nutrólogo Fernando Guanabara explica que a vitamina D é na verdade um hormônio produzido através do colesterol. Em níveis ideais no organismo, ela ajuda na imunidade, energia e disposição do metabolismo ósseo.  

De uma forma geral, segundo o médico, a quantidade ideal de vitamina D no organismo varia entre 30 ng/mL e 50 ng/mL. Esse nível pode variar conforme a faixa etária, grupos de risco e condições de saúde. Alguns pacientes com doenças autoimunes, por exemplo, podem até ter um pouco mais do que a média.  

“O exame que vai medir a vitamina D é o 25-hidroxi-vitamina D. O exame é laboratorial e a quantidade de vitamina D ideal varia entre trinta e cinquenta. Alguns pacientes com doença autoimune podem até ficar um pouquinho mais”, detalha.  

Fernando Guanabara ressalta que o hormônio atua modulando a inflamação, ajuda na absorção do cálcio e, por isso, melhora o metabolismo ósseo. Em dose ideal, conforme o profissional, a Vitamina D também melhora a resposta imune.  

 “A vitamina D como modula a inflamação melhora o nível de energia, disposição e acaba que ela melhora a resposta imune”. 

Já quem está com carência de vitamina D pode sentir fadiga, indisposição, baixa imunidade e até queda de cabelo. O nutrólogo diz ainda que ela pode estar associada com a osteopenia e osteoporose.

Como aumentar a vitamina D de forma natural?

Para aumentar a vitamina D de forma natural, o médico recomenda exposição diária ao sol. A média seria de 40 minutos. “A exposição ao sol diariamente pode ser uma das estratégias, está bom? Mas o corpo precisa estar com setenta e oitenta por cento exposto”.  

A nutricionista Jamile Tahim, mestre em Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), complementa que essa exposição ao sol faz com que a vitamina passe por reações químicas e metabólicas em que é hidroxilada pelo nosso organismo, no fígado e nos rins, e absorvida em sua forma ativa. 

Suplementação

Já a suplementação é prescrita, conforme Guanabara, para os pacientes que não conseguem aumentar as taxas e manter o nível fisiológico da vitamina D acima de trinta.  

“O ideal que a gente chega ali próximo a cinquenta. Então, se o paciente não consegue de forma espontânea e natural e ele não tem tempo para se expor ao sol e no exame existe uma insuficiência ou deficiência, o ideal é que ele faça a suplementação”, explica. 

O médico lembra ainda que existem pacientes que possuem algum comprometimento na absorção do hormônio e, por isso, também necessitam suplementar. São exemplos, bariátricos e quem possui síndrome do intestino irritável.  

Vitamina D em excesso 

A presença da vitamina D em altas taxas também pode trazer prejuízos. Fernando Guanabara revela que, neste caso, ela pode causar aumento na absorção do cálcio e daí ocasionar outros problemas.  

“O excesso de vitamina D pode aumentar a absorção do cálcio e esse cálcio pode não ir para o local dele e ter um excesso de cálcio livre e causar uma litíase, que são as pedras nos rins, ou então ele se acumular nos vasos e causar um acúmulo de placa”, detalha. 

Alimentação 

Uma alimentação balanceada pode também ajudar a aumentar os níveis de vitamina D, porém, ela é encontrada em pequenas quantidades em alguns alimentos. "A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, depende de moléculas de gordura para ser transportada e absorvida. Ela é encontrada em pequenas quantidades em alguns alimentos, assim como também pode ser encontrada em suplementos nutricionais e sintetizada pelo nosso organismo a partir da exposição aos raios  UVB, exposição solar", detalha a nutricionista Jamile Tahim. 

A especialista diz ainda que "para atingir níveis séricos (parâmetro de exame laboratorial) ideal com base nos grupos de risco como gestantes, idosos e pessoas com doenças autoimune, é fundamental complementar com outras fontes, como exposição solar e suplementação sob orientação médica e do nutricionista".

Os alimentos ricos em vitamina D, segundo Jamile, são obtidos através de fontes de origem animal, como ovos, pescados e carnes. Os cogumelos são as únicas fontes de origem vegetal ricas em vitamina D. 

Veja os alimentos ricos em vitamina D destacados pela nutricionista:

  • Peixes (salmão, atum, cavala);
  • Fígado bovino e fígado de galinha;
  • Gema de ovo;
  • Cogumelos (maitake, shitake, portabello);
  • Alimentos ou produtos enriquecidos: iogurtes, queijos, leites, bebidas vegetais.

Qual fruta tem mais vitamina D?

Jamile Tahim lembra ainda que nem frutas, hortaliças ou vegetais são fontes de vitamina D.  

"Nenhuma, a vitamina D de origem alimentar é encontrada em alimentos de origem animal ou fortificados. Não sendo encontrada em fontes vagarias como frutas, verduras, legumes, grãos e sementes".