A hérnia de disco é um problema de saúde que afeta a coluna vertebral e costuma trazer diversas dores. Tendemos a pensar que esses sintomas serão sentidos nas costas e membros correlacionados, porém, você sabia que complicações graves e raras da doença podem atingir até o intestino?
O ortopedista e especialista em coluna, Rômulo Pinheiro, explica que a hérnia de disco afeta o intestino e a bexiga quando, em casos mais raros, “há dano neurológico ou compressão aguda nos nervos que geram alterações na região perineal”. Isso, segundo ele, caracteriza a Síndrome da Cauda Equina.
“A Síndrome da cauda equina é uma doença grave causada pela compressão e inflamação do feixe de nervos na parte inferior do canal vertebral. A gravidade se dá ao fato de poder resultar em paralisia, incontinência intestinal / urinária e a outros problemas de sensibilidade e perda de movimento”, detalha.
Segundo o profissional, os sintomas variam dependendo do paciente. Em alguns casos, pode-se sentir apenas leve constipação, enquanto em outros pode se chegar à incontinência fecal ou urinária. O médico listou alguns sintomas gastrointestinais mais comuns associados à hérnia de disco, veja:
- Constipação;
- Diarreia;
- Incontinência fecal;
- Incontinência urinária;
- Dificuldade em urinar;
- Dor abdominal.
Para saber se o problema intestinal é causado pela hérnia de disco, especialista afirma que são feitos exames e o diagnóstico é tanto clínico como radiológico. “A tomografia computadorizada (TC) e/ ou ressonância magnética da Coluna lombossacra é fundamental para descartar um outro distúrbio como a causa de seus sintomas”.
Quando o diagnóstico é comprovado, o médico revela que, normalmente, é necessário e até urgente realizar a cirurgia da coluna no paciente.
O que caracteriza a hérnia de disco?
A hérnia de disco, conforme resume o médico, é um problema de saúde que ocorre quando o disco intervertebral, que “funciona como uma almofada entre as vértebras da coluna vertebral”, se rompe e parte do seu conteúdo interno sai da sua posição normal. Em alguns casos, esse material pode comprimir os nervos da coluna vertebral, causando dor e outros sintomas.
O especialista lembra que “o disco intervertebral é composto por um material gelatinoso mole, envolvido por um anel fibroso muito resistente. Esta gelatina denomina-se por núcleo pulposo e, quando saudável, é por norma mole. Com o envelhecimento, o núcleo começa a desidratar e a secar. Ao mesmo tempo, pode haver fissuras na parte posterior do anel fibroso pelas quais o fragmento gelatinoso pode extravasar originando a hérnia discal. A degeneração discal resulta do processo de envelhecimento natural dos discos intervertebrais. É um processo ‘normal’”.
Principais tipos de hérnia
Rômulo esclarece que, apesar da causa ser a mesma, a hérnia de disco pode se manifestar de três formas, confira:
- Protrusa: são os casos mais comuns. Há perda do formato original do disco, já que sua base fica com mais volume e mais larga, tocando assim em áreas de grande sensibilidade nervosa, mas ainda não se encontra fissurada.
- Extrusa: a parte externa e fibrosa do disco fissura e permite que o núcleo vaze para fora, impedindo que o disco realize sua função, além de gerar dor e incapacidade.
- Sequestrada: são os casos mais graves. Há o rompimento da parte fibrosa, o extravasamento do núcleo e sua migração para dentro do canal.