Sarto fez campanha de crescimento; Wagner oscilou, mas manteve patamar de intenções de voto

Candidatos chegam ao dia da votação em momentos diferentes em disputa acirrada. Luizianne perdeu força na reta final

Em qualquer prognóstico traçado no início da corrida eleitoral em Fortaleza, Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros) estavam entre os que iriam chegar, hoje (14), véspera da eleição, brigando pelo segundo turno. Os dados da terceira pesquisa Ibope/TV Verdes Mares mostram que a tendência é mesmo de uma segunda etapa entre o candidato governista e o principal nome da oposição na Capital.

Se confirmando a constatação das pesquisas, teremos um segundo turno com dois candidatos atravessando momentos distintos, mas, de todo modo, uma disputa acirrada. Não custa lembrar que segundo turno é uma nova eleição.

Sarto Nogueira chega ao dia da votação tendo registrado o maior crescimento nas pesquisas entre os candidatos. O pedetista atravessou momentos de incertezas, principalmente quando teve que se afastar das ruas, por conta da Covid-19. Naquele momento, fez diferença a seu favor o seu maior cabo eleitoral: o prefeito Roberto Cláudio.

Atrás dos dois principais concorrentes, Sarto iniciou uma estratégia de bater nos adversários para desgastá-los. A tática surtiu efeito, ele avançou, mas fez com que Wagner e Luizianne voltassem artilharia pesada contra a gestão municipal e contra a candidatura dele.

Capitão Wagner, por sua vez, foi o que primeiro começou a se movimentar para sair candidato à Prefeitura de Fortaleza. O resultado da última eleição municipal, em que foi ao segundo turno e teve bom percentual de votos, o qualificou para a disputa.

Wagner liderou até recentemente as pesquisas de intenção de votos, mas viu, por exemplo, seu índice de rejeição crescer. Em relação ao percentual de intenção de voto, entretanto, ele conseguiu manter uma média de votação, com pouca oscilação. Fez uma campanha linear, mas com mudanças de estratégia visíveis ao longo do tempo. Começou dizendo que não faria ataques a adversários, mas não demorou muito para entrar na arena do confronto. 

Pestista

Luizianne Lins (PT) chega ao dia da votação assim como entrou: entre as três principais candidaturas, o que é considerável. Escolhida internamente com antecedência, ela enfrentou alguma turbulência antes do início da campanha. Até a última hora, o governador Camilo Santana tentou fazer um acordo do partido com o PDT, o que acabou não se concretizando.

Quando o embate começou, era um icógnita o desempenho da petista. Ela chegou a estar em empate técnico com Capitão Wagner, mas nitidamente tinha menor estrutura de campanha do que os concorrentes. Ela usou como trunfo a imagem do ex-presidente Lula e obras dos seus oito anos de gestão. O uso da imagem de Camilo Santana, que fez diversas sinalizações a Sarto, acabou, me parece, causando mais confusão do que ajudando do ponto de vista eleitoral.

Assim, chegam ao dia do voto os três candidatos cujas campanha foram realmente competitivas na preferência do eleitor desde o primeiro momento de campanha. Os demais, apenas cumpriram tabela.