PT e PSL: algo em comum

Pouco tem se falado até aqui, mas há uma preocupação em todos os partidos que pretendem ter candidaturas competitivas nas principais cidades - elas têm um custo e é alto, a rigor. Se for confirmada para este ano, a eleição será realizada em um período totalmente atípico para partidos, candidatos e para a sociedade. Será preciso fazer caixa e uma fonte garantida será chamado 'fundão eleitoral'.

Por isso, os partidos que terão as maiores quotas do montante de R$ 2 bilhões para todos o partidos - exceção do Novo, que abriu mão da quantia - têm também um peso maior nas articulações de possíveis alianças para a disputa das Prefeituras. Terão mais poder de barganha.

Nesse contexto, antagônicos politicamente, PT e PSL, com as duas maiores bancadas na Câmara Federal eleitas no pleito de 2018, terão acesso às maiores quantias. O TSE divulgará ainda neste mês a quantia a qual cada partido tem acesso.

Situações indefinidas

Em Fortaleza, os dois partidos ainda não têm situações eleitorais definidas. As articulações mais avançadas são as do PT, que cumpriu etapas internas e pretende ter uma candidatura própria. O PSL, que deu legenda para a eleição do presidente Jair Bolsonaro, nacionalmente ainda vive incertezas, pois se divide na permanência ao apoio do governo e o distanciamento, depois que Bolsonaro se desfiliou. Na Capital cearense, o deputado federal Heitor Freire se coloca como pré-candidato, mas ainda é possível uma aliança. Heitor é um dos dissidentes do bolsonarismo. Pelo menos em relação ao fundo eleitoral, PT e PSL têm algo em comum.

Eleição, só depois

Presidente municipal do PDT na Capital, o prefeito Roberto Cláudio não dá prazo para que o partido comece, oficialmente, a discutir os nomes para a sua sucessão. As incertezas e a necessidade de focar no combate ao coronavírus devem empurrar isso, se depender da vontade dele, para momento posterior, em que a situação esteja resolvida e que Brasília tenha decidido se adia ou não a data das eleições.

Disputa no interior

Além da Capital, cujas articulações já comentamos aqui, o período de exonerações no Poder Executivo Estadual para fins de desincompatibilização aos que desejam concorrer na Eleição municipal para prefeitos e vice afeta a disputa e gera especulações nas seguintes cidades: Iguatu, Itapipoca, Nova Russas, Maranguape e Barbalha. Para concorrer no Interior, deputados estaduais e federais também se articulam. Estes, não precisam se licenciar dos cargos.

Socorro urgente

Em meio a uma perda de R$ 1,4 bilhão na arrecadação, em abril e maio, segundo informou a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, em reunião virtual com parlamentares, o Estado e os municípios esperam para esta segunda-feira (8) a liberação da primeira parcela do socorro a estados e municípios do Governo Federal. Após alguns vetos do presidente Bolsonaro, o projeto não ficou tão atrativo ao Ceará, mas a transferência é fundamental neste momento em que a pandemia avança no Interior do Estado. Em Brasília, se discute novas formas de ajudar governadores e prefeitos.