PT e PDT protagonizam idas e vindas em esforços de recomposição eleitoral

Resistiu apenas às primeiras três semanas de campanha a ideia de não agressão entre PDT e PT de olho em uma possível composição para o segundo turno da eleição em Fortaleza. As necessidades individuais falaram mais alto. O candidato do PDT tentava crescer e a do PT se manter em uma posição de ida ao segundo turno. Foi o suficiente para o fim da cordialidade, defendida pelo governador Camilo Santana (PT). O caso de Fortaleza acaba revelando o tortuoso caminho que as duas legendas terão que percorrer, nacionalmente, para uma recomposição eleitoral – ainda difícil de ocorrer, na visão de membros dos dois partidos ouvidos por esta coluna aqui no Estado. A possibilidade foi aventada durante todo o dia de ontem com a notícia de que Ciro Gomes e Lula se encontraram no início de setembro em São Paulo, numa possibilidade de terem selado a “paz”. O cenário, na avaliação deste colunista, segue como o relatado aqui em setembro: as aproximações enterram a ideia de rompimento absoluto, mas não indicam ainda uma parceria eleitoral para 2022. Até pela distância temporal do encontro que houve – 1º de setembro – é preciso aguardar mais. 

Sem prognóstico

Desde agosto, os dois líderes nacionais começaram a dar sinais de trégua no fogo cruzado e aqui mesmo houve sinalizações como o apoio de Ciro a Elmano em Caucaia e as articulações de Camilo Santana em favor de uma aliança, que acabou não se concretizando em Fortaleza. As sinalizações daqui, obviamente, não dão conta de todo o contexto. Além do mais, não é uma reunião ocorrida em um momento pré-eleitoral que selou a retomada entre as duas legendas. Principalmente em se tratando de dois grupos que carregam em si a marca da hegemonia. Não dá para dizer pelo que houve entre os dois, no dia 1º de setembro, que a oposição a Bolsonaro será diferente daqui para frente, por exemplo.

Papel de Camilo

Mesmo com os focos de incêndio na relação das duas legendas na Capital, o Ceará parece ser ainda um dos estados que preserva boas relações entre PT e PDT. Em mais de 20 municípios, as duas legendas mantêm parceria eleitoral. E um dos fiadores é o governador Camilo Santana. Aliás, a reaproximação de Lula e Ciro foi costurada pelo governador cearense que tem feito movimentos cuidadosos no rumo do cenário nacional. Independentemente do que venha a ocorrer entre as duas legendas, Camilo Santana poderá ser uma peça considerável no tabuleiro do xadrez eleitoral nacional de 2022, ano em que encerra seu mandato como governador.

Nelinho Freitas

Candidato à Prefeitura de Juazeiro do Norte, o deputado Nelinho Freitas se colocou, em entrevista ao programa PontoPoder Eleições, da TV Diário, como o representante da “Nova Política” na Cidade. Entretanto, Nelinho e seu postulante a vice, Davi de Raimundão, pertencem a famílias tradicionais na política da região. Porém, para ele, isso não é desvantagem, já que pretende utilizar as “coisas que deram certo” de uma forma diferente, com “projetos inovadores”. Empatado tecnicamente em primeiro lugar com dois adversários na pesquisa de intenção de voto do Ibope, contratada pela TV Verdes Mares, o tucano acredita que o histórico de não-reeleição na Cidade é algo a seu favor.



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