O papel do PT no governo Sarto

Foto: Camila Lima

A oposição que o PT fez na Câmara Municipal ao Governo Roberto Cláudio – aberta e sistemática – não deverá se repetir em relação à gestão Sarto Nogueira. A posição deve ser mais amena. Por outro lado, a essa altura da articulação, não é possível dizer que os petistas integrarão a administração e serão aliados de primeira hora do novo prefeito. O que parece estar mais próximo de um equilíbrio neste cenário é o partido buscar uma posição de independência no Legislativo Municipal, tendendo a apoiar a gestão em alguns projetos e ser contrário em outros momentos.

O PT vai tentar se equilibrar entre um discurso moderado diante de Sarto, mas com o cuidado de não se aliar à oposição bolsonarista que terá destaque na Câmara nos próximos quatro anos, ao que tudo indica.

Momento de definição

Ainda nesta terça (29), o partido deverá fechar questão a respeito do assunto, mas a situação política é delicada. Se resolver fazer oposição a Sarto, o PT terá que explicar o apoio ao pedetista no segundo turno, oportunidade em que os principais líderes das legendas na Capital estiveram de mãos dadas ao anunciar o apoio formal. Se passar para a base aliada e integrar a gestão, o partido terá que explicar a mudança de posição após um primeiro turno bastante tumultuado entre as duas siglas em Fortaleza, com feridas por cicatrizar. Por isso, neste momento, talvez a posição de “coluna do meio” seja um caminho.

Nada de condicionante

O governador Camilo Santana é o maior defensor da tese de aproximação entre as legendas. Em entrevista a este Jornal, Camilo defendeu que o partido integre a gestão Sarto, assim como o PDT integra o governo estadual petista, inclusive indicando a vice-governadora. Camilo ponderou – e continua ponderando – que este diálogo deve haver entre o presidente do partido na Capital, vereador Guilherme Sampaio, e o prefeito eleito. Esta Coluna apurou que Camilo continuará tratando o seu entendimento sem confrontar o partido, respeitando a definição que for tomada. A posição a ser tomada não será condicionante ao governador.

Apreensão em Ereré

Um dos prefeitos eleitos em novembro que não irá tomar posse no cargo no dia 1º de janeiro é o de Ereré, Otoni Queiroz (PDT). Ele está internado, intubado e em estado considerado grave, por conta da Covid-19, o que está gerando apreensão na Cidade. Quem deve assumir interinamente é a candidata a vice, que foi eleita na chapa, Emanuelle Martins. Esta Coluna deseja pronta recuperação ao prefeito eleito e que ele possa assumir suas funções o mais rápido possível.

Convocação de concursados

Mudando agora para a gestão, ainda nesta semana, o governador Camilo Santana deverá dar uma boa notícia na área da educação. Ele deverá anunciar o cronograma de chamamento dos concursados para o cargo de professor estadual. O concurso, lançado em 2018, é para o preenchimento de 2.500 cargos de professor em 14 especialidades. O chamamento estava marcado para 2020, mas a pandemia adiou os planos. Agora, o governador vai anunciar um cronograma de convocação dos concursados para iniciar em 2021. A quantidade inicial de convocados vai depender do impacto financeiro que está em analise.