Novo coordenador da bancada cearense no Congresso vai enfrentar obstáculos na articulação

Legenda: Eduardo Bismarck (PDT) vai liderar a bancada cearense até dezembro
Foto: Agência Câmara

O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), que assume a coordenação da bancada cearense no Congresso Nacional, terá pela frente uma missão tão espinhosa como importante ao Estado do Ceará, dependendo da articulação que ele consiga tocar. Bismarck vai substituir, até dezembro, o titular, deputado Domingos Neto (PSD), que se licenciou do cargo na Câmara para vir atuar na coordenação do partido na disputa pelas prefeituras do Ceará. Com 22 deputados federais e três senadores, a bancada cearense precisa se organizar para atender aos pleitos cearenses no Congresso e na articulação com o governo federal. A mais importante tarefa, sem dúvida, deverá ser a de gerenciar a relação de emendas ao orçamento para atender aos projetos estruturantes no Ceará. Aí está o primeiro desafio: Domingos, além de coordenador da bancada, foi o relator do Orçamento da União 2020, com mais familiaridade para encontrar espaços e atender demandas.

Momento atípico

Neste ano, as articulações para o Orçamento 2021 devem começar em outubro, sob coordenação de Bismarck. Por razões óbvias, trata-se de um momento atípico. As prioridades eleitas entre o fim do ano passado e o início deste ano acabaram atropeladas pela pandemia do coronavírus, quando boa parte dos recursos tiveram que ser realocados. É hora, pois, de realinhar os projetos com o governo do Estado e com os parlamentares para apresentá-los. Um deles, segundo o próprio parlamentar é o Hospital Universitário da Uece, pleito do governador Camilo Santana.

Mais obstáculos

Eduardo Bismarck é filiado ao PDT, que faz oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Este, sem dúvida, será um obstáculo a mais para que o novo líder chegue ao governo federal. Vai exigir mais poder de articulação. Parlamentar de primeiro mandato, Bismarck tem sido um nome com atuação destacada desde 2019. Mesmo como coordenador adjunto, ele disse que contactou a maior parte da bancada para validar o início da sua atuação está ciente das adversidades. "É um trabalho difícil, de conciliação, mas é o diálogo que a gente pretende construir", diz ele, em entrevista à equipe do Sistema Verdes Mares em Brasília.

Ficha limpa

A procuradoria geral eleitoral, que atua no Tribunal Superior Eleitoral, emitiu um parecer em que considera que políticos considerados "ficha suja", que tenham sido condenados em 2012 por crimes como caixa dois e abuso de poder econômico, por exemplo, continuam inelegíveis mesmo o pleito tendo sido adiado para novembro por conta da pandemia. O parecer foi uma "resposta positiva" ao questionamento apresentado pelo deputado federal cearense Célio Studart (PV) ao TSE. Ele é favorável à manutenção da inelegibilidade nestes casos.



Assuntos Relacionados