Estratégias dos candidatos

Caro leitor, você que está acompanhando de perto o desenrolar desta campanha eleitoral pode ficar certo que ainda não viu os confrontos decisivos da eleição. As candidaturas saíram às ruas, mas deixaram guardadas as estratégias que irão elevar a temperatura do debate público. Mas até aqui, após o fim da primeira semana, já é possível identificar as estratégias dos candidatos para chegar ao objetivo de convencer o eleitor. Inclusive, já há alguns sinais das candidaturas que vão brigar de fato pela eleição e as que vão só demarcar um território para o futuro.

Uso da imagem

Vamos começar com a candidatura petista de Luizianne Lins por ter protagonizado o evento mais comentado ao provocar o cabo de guerra com o PDT pelo apoio do governador Camilo Santana. Ex-prefeita, Luizianne iniciou a campanha eleitoral apostando em um território em que tem força e que seu mandato foi bem avaliado: a região do Vila do Mar.

A ex-prefeita mostrou que vai apostar em feitos da gestão que se encerrou em 2012, somado à imagem de Camilo que, como todos sabem, tem o DNA na candidatura pedetista.

Ao divulgar uma pesquisa, o que não é comum entre os partidos, ela tentou mobilizar a militância neste início.

Correr contra o tempo

Político experiente, mas sem o recall dos principais concorrentes, Sarto tem dois desafios no início da campanha: colar à imagem a do prefeito Roberto Cláudio e se aproximar dos candidatos a vereador como forma de dar capilaridade ao seu nome. Entre os parlamentares, entretanto, ainda há dificuldades. A outra parte da estratégia está em campo que é correr para os territórios onde as obras da gestão são mais marcantes.

Em alguns casos, para tentar uma alternativa ao fato de Camilo não estar na Campanha, Sarto tem ido a obras inauguradas por Camilo e Roberto dias depois. Foi assim com o IJF 2, por exemplo.

Nova estratégia

Capitão Wagner (Pros) tem feito um esforço para ressignificar sua imagem, muito ligada à atividade policial. Ele praticamente não tem falado de segurança pública, a menos que seja questionado pela imprensa. Ele tem apostado na aproximação com a atividade de professor e diversificado os temas abordados.

Wagner agregou mais a família e se aproximou do segmento religioso, o que pelo menos não era visível em momentos anteriores.

Uma mudança considerável, tendo em vista que a segurança foi sua principal plataforma da campanha passada. Se distanciar da imagem de ser monotemático é um grande desafio para ele.

Parceria com MDB

Heitor Férrer se meteu no imbróglio do nome com Heitor Freire, o caso mais curioso da primeira semana de campanha na Capital cearense. Conhecido na Capital, Férrer está se colocando como uma terceira via. Ele já disse isso em discursos e tem agido assim no contato com o eleitorado. A parceria com o MDB, que foi anunciada de última hora, dá a Heitor mais tempo para apresentar as ideias na TV. Por outro lado, a proximidade com o partido pode gerar questionamento no eleitorado que o acompanha nos diversos mandatos parlamentares.

Conservador

O outro lado do imbróglio, Heitor Freire começa a disputa com um recado fortemente voltado à parcela do eleitorado mais conservador, que tem crescido desde a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Nestes primeiros atos de campanha, entretanto, Freire tem adotado uma postura diferente do que caracterizou a campanha do seu então correligionário que virou presidente da República.

O PSL fez a segunda maior bancada na Câmara Federal com a metodologia do confronto, da briga política e da verborragia. Neste ano, entretanto, o tom está mais conciliador.

No debate

Outros dois nomes têm trazido mensagens contundentes, embora as estruturas partidárias não tenham a amplitude das demais: Renato Roseno (Psol) é um candidato com um nicho bem definido e suscita debates importantes. E o outro que tem se posicionado e aposta em uma temática bem atual, à qual domina, é Célio Studart (PV). Ambos contribuem para o debate na campanha.



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