Em meio à situação preocupante na Saúde, Camilo garante que não recuará das medidas restritivas

É compreensível que empresários e trabalhadores estejam preocupados com a situação da renda, mas o momento é de união e de cooperação, inclusive na política

Foto: Divulgação/Agefis

O Ceará está diante de um novo quadro preocupante de contaminações pela Covid-19. Após meses de uma situação mais controlada, o número de internações nas unidades hospitalares – públicas e privadas – está crescendo, e a maioria tem as UTIs lotadas neste momento, o que eleva a preocupação com as próximas semanas, principalmente tendo em vista o horizonte dos dias de Carnaval. Uma consulta aos profissionais que trabalham com aluguéis de imóveis nas praias e serras do Ceará revela um mercado que está funcionando, a despeito das medidas restritivas. Solução mais duradoura para a Covid-19, a vacina tem ocorrido ainda em número reduzido, portanto, não há outra forma de conter o avanço de casos que não o distanciamento social e a restrição de contatos, uma tarefa de todos. 

Sem recuo

As dores das medidas restritivas vêm de todos os lados. É compreensível que empresários e trabalhadores estejam preocupados com a situação da renda, mas o momento é de união e de cooperação, inclusive na política, como já argumentamos neste espaço.

Não é demais relembrar o caso de Manaus, em que protestos ocorridos em dezembro levaram o governo local a recuar das medidas restritivas. E o resultado foi o caos na Saúde.

Por aqui, o governador Camilo Santana diz que não há possibilidade de recuo em relação às regras do decreto que restringe atividades até o próximo dia 17, pós-Carnaval. Só depois desta data, dependendo da situação epidemiológica, pode haver mudanças.

Hospitais cheios

Os hospitais da rede privada da Capital estão muito próximos de atingir 100% de ocupação nas UTIs por conta da pandemia. Em uma unidade pública, o Hospital Leonardo Da Vinci, a elevação para 100 leitos de UTI já está bem perto do limite, com mais de 90 pacientes internados.

No auge da crise do ano passado, havia 150 leitos especializados ocupados. Enquanto isso, uma circulada rápida pela orla da Capital mostra aglomerações de diversos tipos, mesmo com a restrição ao comércio. O momento é de cada um ter a consciência de que é necessário reduzir os fluxos.

Municípios em dificuldade

Na reportagem de destaque desta edição, o repórter Felipe Azevedo mostra os problemas que os municípios do Interior estão tendo para manter a estrutura de saúde pública em funcionamento em meio à pandemia. Há profissionais sem receber salários e muitos com pagamentos parcelados, desde médicos até auxiliares de enfermagem. A situação só escancara uma realidade que inclui descaso, abandono e má gestão na Saúde. Um problema a mais diante do quadro que, agravando-se na Capital, deve partir para o Interior em seguida. 

Pacote de medidas

Em meio a tudo isso, o Governo do Estado deverá lançar, nesta semana, um pacote de ajuda a setores como eventos, bares e restaurantes. Há um diálogo em andamento entre as partes, mas com possibilidade de haver linhas de créditos e editais a serem lançados pelo Governo. Nestes casos, em meio à situação preocupante, o diálogo é o melhor caminho para superar o momento em que a prioridade deve ser mesmo a de salvar vidas. Que haja bom senso de todos os lados.