Eleições 2020: PDT entra na reta final das articulações em Fortaleza

Legenda: Deve se iniciar, agora, um debate formal entre as principais lideranças do grupo governista para definir um nome
Foto: José Leomar

O PDT, que detém a Prefeitura de Fortaleza desde 2013, entra na reta final da articulação de sucessão do prefeito Roberto Cláudio com duas pendências importantes: a definição do cabeça de chapa e a articulação com os partidos aliados, podendo agregar mais apoios para a nova disputa pelo Paço Municipal. O partido ainda não definiu a metodologia deste novo momento na pré-campanha, depois de ter promovido uma série de 'lives' com cinco pré-candidatos. O certo é que nesta semana, como apurou esta coluna, o partido vai receber um conjunto de pesquisas quantitativas e qualitativas a respeito da sucessão e do perfil de candidato, segundo o eleitor da Capital. A partir daí, deverá iniciar o diálogo formal com mais de 10 partidos para o alinhamento que definirá o candidato a prefeito e a vice no grupo governista.

Páreo duro

Informalmente, as principais lideranças do grupo já conversam - inclusive o governador Camilo Santana (PT) -, mas o que deve se iniciar agora é um debate formal. Os dados das pesquisas, a observação dos nomes internos e o diálogo com os aliados vão balizar a tomada de decisão política com o nome do candidato. Uma eleição, que todos sabem, será difícil pela conjuntura diferente por conta da pandemia e pela lista de candidatos com bom potencial de voto.

Camilo em ação

Além de tratar de suas questões internas, ainda pendentes, o PDT aguarda um diálogo que não o envolve diretamente, mas que pode ter um peso grande para a aliança governista: a articulação interna que faz, neste momento, o governador Camilo Santana no PT. Nesta reta final, o governador entrou de vez na sucessão municipal e está chamando as lideranças petistas. No PT e no PDT, não há dúvidas de que o intento do governador é unir as duas legendas já no primeiro turno. Seria ruim para Camilo ter os dois maiores partidos de sua base em lados opostos, em confronto.

Recados internos

Em contato com este colunista na sexta-feira (28), o governador admitiu a articulação, mas negou que tenha pedido a Luizianne para retirar a candidatura. Ele quer os dois juntos, mas deu uma clara sinalização interna de respeito às decisões partidárias - em julho, o PT votou para ter candidatura própria - e uma demonstração de apreço pela própria Luizianne - a relação dos dois melhorou nos últimos meses. A ideia de Camilo, inicialmente, é para que não haja confronto com o PDT. Com Luizianne no páreo, isso será muito difícil. E a conjuntura tem mostrado que a articulação do governador será importante para a chapa governista: Luizianne tem bom recall na disputa.

Observação

O PDT observa os movimentos internos do PT ciente de que o sucesso da articulação de Camilo pode ser decisivo. Entre os pedetistas, a compreensão é que o maior ativo de uma não candidatura petista seria a participação do governador em prol da candidatura governista já no primeiro turno. Com o PT no jogo, a legislação eleitoral proíbe a participação. Camilo, mostram as pesquisas pedetistas, é um dos influenciadores de voto. Mas há algo além disso: Luizianne é uma candidata com recall considerável e o PT dispõe de tempo de TV e fundo eleitoral.

Avanços

Internamente, os petistas também aguardam as definições da articulação do governador. Uma fonte do partido diz que já seria ponto pacífico o acordo para não agressão com os pedetistas no primeiro turno e uma aliança no segundo turno, contra um candidato mais identificado com o Governo Bolsonaro. Segundo a mesma fonte Luizianne reafirmou a candidatura, mas voltou a citar o nome de Nelson Martins como fator conciliador. Luizianne teria pedido, inclusive, a ajuda do governador para formar a chapa, puxando um dos partidos aliados para a chapa, que poderia ser o PCdoB. Outro aliado de Camilo que está no radar é o MDB, mas internamente, há restrições a uma parceria com Eunício Oliveira.