Opinião
Disputa pela Prefeitura de Fortaleza ainda depende da definição de quatro partidos estratégicos
Em meio às articulações pré-eleitorais em Fortaleza, a indefinição em ao menos quatro grandes partidos com atuação no Estado está chamando atenção e trazendo um componente extra de incerteza para o panorama eleitoral na Capital cearense. Com peso no cenário nacional, tempo de TV considerável e recursos do fundo eleitoral, as legendas devem arrastar por mais um tempo a definição de suas candidaturas.
No centro dessa questão estão a ausência de um nome competitivo para candidatura própria, as análises sobre como os partidos podem se fortalecer mais e até ocupar espaços de poder e um horizonte de 2022 batendo à porta na corrida ao governo do Estado, à Presidência da República e às vagas no Poder Legislativo.
Com objetivos e estratégias diferentes, DEM, MDB, PSDB e PSL têm em comum trunfos que podem agregar às candidaturas mais bem posicionadas neste momento. Alguns podem ir ao grupo governista ou à oposição, dependendo das composições.
Comando nacional
Atualmente, o DEM detém a vice-prefeitura da Capital. O partido, com Moroni Torgan, foi apresentado na reeleição de Roberto Cláudio como um trunfo para a área de Segurança Pública. Os resultados, no entanto, são tímidos. Agora, a legenda conversa com a aliança governista, mas também com a oposição e ainda não tem um destino definido. Os diálogos mais adiantados são com o PSDB. O partido pode ser considerado estratégico por conta do poder em Brasília. A legenda comanda atualmente a Câmara e o Senado. O presidente, no Ceará, é Chiquinho Feitosa.
Com Tasso e tudo
O PSDB tem um pré-candidato: Carlos Matos. As dificuldades de uma candidatura e as circunstâncias atuais forçam o partido a dialogar com outras forças políticas. O presidente estadual, ex-senador Luiz pontes, admite o diálogo com Capitão Wagner e com o PDT de Roberto Cláudio e não descarta uma aliança. Ele confirma que está fechado com o DEM e que, qualquer movimento das duas legendas, será tomado em conjunto. Isso fortalecerá ainda mais quem conseguir fechar com a dupla.
Outro trunfo do partido é o senador Tasso Jereissati, que tem ganho mais evidência nacional neste momento no Congresso Nacional.
Força tradicional
O MDB, nacionalmente, foi avalista de todos os governos desde a reabertura democrática no País, mas perdeu muita força a partir da eleição de Jair Bolsonaro. Na Capital, o partido também não construiu uma renovação de suas lideranças e, por isso, também arrasta até perto das convenções as suas definições internas. O presidente estadual, Eunício Oliveira, já admitiu alianças - uma possível é com o PT - mas também estudam candidatura própria. O Partido deve se reunir nos próximos dias.
Tempo e dinheiro
O PSL acabou sendo turbinado pela eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Cresceu no cenário nacional e conseguiu fazer a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados. Um dos reflexos foi aqui no Ceará. Elegeu um deputado federal, Heitor Freire e dois deputados estaduais. Ao longo do governo, se distanciou do presidente Bolsonaro, mas mantém a tendência de partido conservador.
Na disputa da Capital, pode ser um aliado valioso com um tempo de TV considerável e uma verba elevada do fundo eleitoral. O partido tem conversas avançadas com Capitão Wagner, mas não admite fechamento de aliança. Nos últimos dias, como publicamos nesta coluna, abriu um diálogo que considerou produtivo com o Patriota, desta conversa pode sair uma candidatura própria. Mas há outras possibilidades também em estudo.
Representação das Siglas
PSL
Deputados federais: 41
Senadores: 2
Deputado estadual (CE): 1
Vereador (Fortaleza): 1
MDB
Deputados federais: 35
Senadores: 13
Deputados estaduais (CE): 4
Vereador (Fortaleza): 1
PSDB
Deputados federais: 31
Senadores: 7
Deputados estaduais (CE): 2
Vereador (Fortaleza): 1
DEM
Deputados federais: 28
Senadores: 6
Deputado estadual (CE): 1
Vereador (Fortaleza): 1
