Decisão da Justiça Eleitoral reduz aglomerações nas campanhas

A providência adotada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) de proibir, em todo o Estado, eventos e atos de campanha que gerassem aglomerações - decisão tomada na semana passada - surtiu efeito e reduziu a incidência dos atos com grande concentração de pessoas, que põem em risco a Saúde Pública em um momento em que o Ceará enfrenta uma elevação nos casos em algumas regiões do Estado.

Com as proibições impostas, praticamente todos os atos de campanha foram bloqueados, uma providência reclamada por autoridades públicas e por parte da sociedade. Há críticas de candidatos, entretanto, foi a decisão acertada, embora um pouco tardia.

Providências

Postulantes de todo o Estado estão tendo que reformular as estratégias de campanha para chegar ao eleitor na reta final da campanha. Uma providência, aliás, que deveria ter sido adotada desde o início da disputa eleitoral. Em muitos municípios, a movimentação chegou a ser um risco à saúde, como esta coluna registrou ao longo desta campanha eleitoral.

Instabilidades

No interior do Estado, três municípios vivem um clima eleitoral diferente dos demais nestas eleições. Nelas, as turbulências políticas levaram perplexidade à população nos últimos quatro anos e o eleitor, agora, tenta se reconciliar com a cidade ao depositar seu voto na urna esperando mudanças.

Em Granjeiro, no Cariri, o então prefeito João Gregório Neto foi assassinado e a investigação envolve adversários políticos. Em Uruburetama, o eleito em 2016 José Hilson Paiva foi cassado após ser acusado do estupro de várias mulheres. As turbulências envolveram ainda outra troca de comando. E em Tianguá, na Ibiapaba, já foram quatro prefeitos no último ciclo político. Nos três casos, o eleitor precisa se reconciliar para a volta da estabilidade.

Tom do discurso

Às vésperas do primeiro turno da eleição, o presidente Jair Bolsonaro abandonou o estilo mais moderado dos últimos meses e voltou a elevar o tom do discurso, com crítica a adversários como o governador de São Paulo, João Dória, contestação aos cuidados em relação à pandemia do coronavírus e até a sugestão de um possível conflito bélico, "com pólvora", quando se referiu a críticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre as queimadas na Amazônia.

As declarações chegam em um momento de definição eleitoral, no qual o presidente começou a entrar um pouco mais forte na campanha de aliados pelo Brasil. Desde que moderou o discurso, Bolsonaro melhorou seus índices de popularidade.



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