A crise econômica, inflada pela alta da inflação e denúncias contra Paulo Guedes, são a combinação explosiva que o mundo político queria para reforçar a ofensiva para a saída do ministro da Economia.
Um dos primeiros nomes lembrado nos corredores do Poder em Brasília é o de um cearense. Trata-se de Mansueto Almeida, economista-chefe do banco BTG Pactual.
Mansueto deixou a Secretaria do Tesouro, um dos principais cargos da equipe econômica nacional, em julho de 2020.
Remanescente do governo de Michel Temer, o cearense deixou o posto na gestão Bolsonaro em posição privilegiada, gozando da confiança do meio político e de uma respeitabilidade alta no mercado financeiro.
Não à toa, seu nome volta a circular nos bastidores de Brasília. Almeida foi o grande fiador do projeto de ajuste fiscal, que acabou um pouco prejudicado por conta da pandemia da Covid-19.
Em conversa com interlocutores cearenses, pessoas que gozam de sua confiança, Mansueto descarta que este seja o momento de retornar ao setor público.
Segundo disse, as especulações não correspondem à realidade. E que deve permanecer no setor privado.
Momento do País
A crise que se instalou no governo central é de difícil resolução em curto prazo (o atual governo vai até dezembro do próximo ano - sem considerar uma possível reeleição de Bolsonaro).
Assumir o mais alto cargo da economia nacional para este período, do ponto de vista político, trata-se de uma missão quase impossível fazer uma reparação de danos.
Preço dos combustíveis em alta, impacto na inflação, crise no setor elétrico e um orçamento federal quase dominado pela politicagem no Congresso dificultam o trabalho de qualquer ministro.
Ir ao governo neste momento poderia significar a Mansueto Almeida ser uma espécie de violinista do Titanic.
Pelo menos por enquanto, o cearense não topa a parada.