No último fim de semana, durante evento do União Brasil em Icó, o pré-candidato ao governo do Estado, Capitão Wagner, demarcou uma linha no debate púbico estadual. Ele trouxe à arena eleitoral a discussão que está em andamento no Congresso Nacional sobre a redução do imposto estadual, o ICMS, em produtos importantes como combustíveis e energia elétrica. A temática opõe o grupo dele, de oposição, e os governistas no Ceará.
Wagner tem insistido no assunto em suas redes sociais. Ele até citou declarações de membros da base, como o senador Cid Gomes (PDT), que é contrário à medida.
“Enquanto nosso grupo aprovou um projeto para reduzir impostos, o outro grupo liderado pelo senador Cid Gomes se propõe a derrubar o projeto. Eles são contra a redução de impostos. Somos diferentes deles”.
Na última sexta-feira (27), a esta coluna, Cid Gomes fez crítica ao projeto que pode causar uma perda de arrecadação superior a R$ 80 bilhões aos Estados, segundo cálculos do Comsefaz, que reúne os representantes das fazendas dos 27 estados. Na ocasião, o senador chegou a dizer, inclusive, que não entendeu o motivo de o PDT ter votado a favor.
Na verdade, a proposta teve 403 votos favoráveis e apenas 10 contrários. Em meio ao debate sobre o preço dos combustíveis e a proximidade da campanha eleitoral, praticamente todos os deputados foram emparedados a votar a favor por se tratar de redução de impostos, uma pauta simpática ao eleitor, ainda mais com a possibilidade de redução dos preços dos combustíveis. Ninguém quis se arriscar.
Dificuldades do ambiente eleitoral
Diante do tom do debate nos últimos dias, o pré-candidato do União Brasil mostra interesse em um dos temas a serem debatidos na campanha eleitoral: a redução de impostos.
Como no Brasil há uma grande dificuldade de se discutir os temas de forma aprofundada e apropriada, o desafio dos candidatos é evitar que uma questão como essa possa cair na tentação do populismo de curtíssimo prazo, o dia da votação.
Neste sentido, é fundamental que o Senado aprofunde o diálogo com os Estados no sentido de modular os efeitos da medida e apresentar perspectiva de perdas a médio prazo.