Camilo Santana tenta equilibrar críticas a ex-aliados por 'ataques' e possível aliança no 2º turno

Em entrevista à TV Verdes Mares, o candidato do PT ao Senado disse lamentar "baixo nível" de adversários, mas deixou porta aberta "para o diálogo"

A realidade de uma campanha eleitoral, que se impõe diante das versões, costuma colocar os políticos em uma situação delicada, quase como equilibristas. O ex-governador Camilo Santana (PT), por exemplo, tenta manter uma linha de discurso que engloba criticar “adversários”, como os do PDT, por “ataques” na campanha, mas também usar um tom mais conciliador para não fechar a porta para possíveis composições no segundo turno.

Em entrevista ao Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, na manhã desta quarta-feira (21), o candidato do PT ao Senado disse que o seu estilo “é de conciliação” e que aguarda a nova fase da eleição.

“Vamos aguardar o primeiro turno. Estarei sempre à disposição para o diálogo”.
Camilo Santana
Candidato ao Senado (PT)

Pouco antes, entretanto, se disse “surpreso” com o ex-aliado e candidato a governador Roberto Cláudio, com quem tem trocado farpas durante esta campanha. “Até pouco tempo (Roberto Cláudio) era meu aliado, fizemos parceria em Fortaleza, como o Pacto por Fortaleza. A principal obra do segundo governo dele foi o IJF2”, disse, ao detalhar que trata-se de uma obra que contou com recursos do Estado.

O embate particular entre os ex-aliados tem sido uma disputa à parte no primeiro turno da campanha ao governo do Estado. A temperatura vai ficando mais elevada com o avançar dos dias.

Após o rompimento entre os dois partidos, o PT lançou Elmano de Freitas, ainda pouco conhecido do grande público, o que obrigou Camilo a estar na linha de frente da campanha, mesmo sendo candidato ao Senado.

O cuidado do ex-governador, de não fechar as portas do diálogo, evidentemente, mira o segundo turno. Fontes dos dois lados, entretanto, não descartam a dificuldade de reaproximação diante do clima de beligerância adotado neste primeiro turno.

Entretanto, a afirmação do ex-governador vai ao encontro de uma estratégia do senador Cid Gomes, que diz ter interesse de reaproximar as legenda em um provável segundo turno.