Faltando pouco menos de um ano para a Eleição 2022, todos os assuntos relacionados ao pleito ainda estão no campo da especulação e da possibilidade. Entretanto, tem um cargo em disputa que o cenário, pelo menos por enquanto, é samba de uma nota só: a cadeira de senador pelo Ceará (apenas uma estará em disputa no próximo ano).
Embora ainda não fale diretamente sobre o assunto, o governador Camilo Santana (PT) se prepara para a empreitada de concorrer ao cargo e, para isso, tem formatado um leque de apoios que vai de uma ponta a outra o espectro político do Estado.
Uma observação mais atenta ao processo pré-eleitoral revela interesse de apoio à - ainda possível - postulação do governador até entre prefeitos eleitos pela oposição. Recentemente, em entrevista local, o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra, declarou publicamente um possível apoio a Camilo, caso se confirme a candidatura.
Glêdson tem como vice-prefeito o ex-deputado Giovanni Sampaio, que é aliado de Camilo e do deputado estadual Fernando Santana. Mesmo filiado ao Podemos e devendo, pelo menos por enquanto, apoiar o nome de oposição ao governo do Estado, o gestor já declarou a poio a Camilo.
Outro que tem estado cada vez mais perto do Palácio Abolição é Vitor Valim (Pros), prefeito de Caucaia. Ele tem reforçado parcerias administrativas e não perde oportunidade de elogiar o governo e o governador. Nos bastidores, fontes desta coluna que acompanham o processo de perto dizem que a chance de parceria na próxima eleição é grande.
O mesmo ocorre com o prefeito de São Gonçalo do Amarante, professor Marcelão (Pros), que já chegou a declarar a aliados a possibilidade de prestar apoio a Camilo no próximo ano.
A sinalização de então opositores ao governador tem, em parte, a necessidade administrativa de reforçar os projetos de seus municípios. Entretanto, há uma série de outros fatores envolvidos.
Até o momento, a oposição, que tem se movimentado em torno do nome de Capitão Wagner, como pré-candidato ao governo do Estado, não tem nome na disputa ao Senado, parece até ter abandonado a disputa.
Pelas últimas declarações, é muito provável que o senador Tasso Jereissati (PSDB), que ocupa a cadeira que estará em disputa no ano que vem, também não concorra ao cargo.
Três pesquisas de opinião internas - de diferentes atores políticos do Estado - a que este colunista teve acesso apontam Camilo favorito ao Senado e fazendo uma gestão bem avaliada em todo Estado, inclusive na Capital.
Apoio nacional
Do ponto de vista das lideranças nacionais, Camilo já recebeu aval de Lula para conduzir o processo de decisão de candidatura e até as articulações internas no partido sobre o pleito de 2022 no Ceará.
Embora as turbulências entre Lula e Ciro tenham crescido nacionalmente nos últimos dias, o cenário ainda é de manutenção da aliança no Ceará.
Por falar em Ciro Gomes, por sinal, este foi outro pré-candidato a presidente que declarou apoio a “qualquer empreitada” desejada pelo governador no ano que vem. Independentemente, inclusive, de manutenção ou não da aliança entre PDT e PT.
Em política, não dá para cravar o que vai acontecer, principalmente quando se tem um ano político pela frente. A última disputa ao Senado, em que era dada como certa a reeleição de Eunício Oliveira (MDB), está aí para provar.
Apesar de tudo isso, com as cartas que estão na mesa, não é demais alertar para o favoritismo de Camilo Santana na disputa ao Senado.