A Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Ceará (Ciopaer), ligada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), conta com cinco bases fixas, instaladas em Juazeiro do Norte, Sobral, Quixadá, Crateús e Fortaleza.
As bases dispõem de nove helicópteros: um EC130 B4 monoturbina, dois AS350B2 esquilo monoturbina, três Airbus EC145, um Airbus EC135 e dois H135 biturbinas.
Nestes 27 anos de serviços prestados ao Ceará, a Ciopaer é reconhecida como a maior operadora de aeronaves biturbina e homologadas para voo por instrumentos entre os órgãos estaduais brasileiros. Além de ser considerada como a operadora com serviço aeromédico público mais bem executado do País, segundo o Estado do Ceará.
O efetivo da Ciopaer é composto de cerca de 160 profissionais de segurança pública entre pilotos, tripulantes operacionais, mecânicos e apoio solo, além de médicos e enfermeiros do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Com essa descentralização geográfica e a frota mais robusta do país em termos de aviação militar estadual, com o perfil multimissão, a Ciopaer consegue atender bem a todos os municípios cearenses.
Horas de voo
Somente no ano de 2023, as aeronaves da Ciopaer foram acionadas 2.371 vezes para proteger ou socorrer vítimas. Ao todo, foram 2.896 horas voadas.
Desse número, 1.364 voos foram realizados para dar suporte em ações policiais com foco na preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Na ocasião, mais de 1.485 horas voadas foram registradas. As aeronaves realizaram missões de observação e monitoramento de pessoas e veículos suspeitos, bem como agindo preventivamente no combate à criminalidade e a possíveis crimes.
Frota detalhada
Conheça os modelos voados pelos integrantes da Ciopaer:
• 01 EC130 B4 monoturbina, EUROCOPTER FRANCE
• 02 AS350B2 esquilo monoturbina, EUROCOPTER FRANCE
• 03 Airbus EC145 biturbina, EUROCOPTER DEUSTCHLAND
• 01 Eurocopter EC 135P2+ EUROCOPTER DEUSTCHLAND
• 02 H135 – AIRBUS HELICOPTERS DEUSTCHLAND
Dois dos três EC135 são equipados com sistemas Helionix tornando-os H135. O Helionix é um novo sistema de aviônicos (eletrônicos de cabine) desenvolvido pela Airbus Helicopters para oferecer maior flexibilidade de missão às operadoras e impactar positivamente a segurança operacional.
O sistema é composto por dois computadores e um layout de cockpit exclusivo com até quatro monitores eletrônicos projetados para melhorar a percepção situacional dos pilotos em voo.
O conjunto de aviônicos inclui um piloto automático de quatro eixos para reduzir a carga horária de trabalho do piloto e um indicador de primeiro limite no qual os dados dos instrumentos do motor são mostrados sob um indicador.
Um sistema de navegação e comunicação GPS e um Sistema de Monitoramento de Tráfego completam o conjunto, enquanto um sistema de missão, incluindo mapa digital, um Sistema de Aviso de Helicópteros e um Sistema de Visão Sintética, dão aos pilotos uma consciência situacional completa.
Melhorias planejadas também serão incluídas nos sistemas de missões, em particular o já existente Sistema de Visão Sintética (SVS), que permite que os pilotos recebam uma imagem 3D do terreno em uma tela de cristal líquido, melhorando sua percepção do ambiente de voo, especialmente em condições de baixa visibilidade.
Salvamento médico
O serviço aeromédico da Ciopaer completará dez anos em agosto de 2024. A atividade é de fundamental importância em situações como as operações de busca e salvamento em locais de difícil acesso, transferência de pacientes graves para grandes hospitais e em ocorrências chamadas tempo dependentes, ou seja, quando o estado de saúde da pessoa tende a piorar drasticamente com o passar do tempo, como é o caso de vítimas de politraumatismo, infarto e AVC.
O serviço aeromédico está presente 24h por dia nas bases de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Crateús. Já as aeronaves são facilmente adaptadas para qualquer tipo de ação.
Atuação em incêndios
“Essa é a missão mais crítica para nós”, contou-nos o major Elton, Relações Públicas e piloto da Ciopaer, sobre a atuação da Coordenadoria em incêndios em áreas verdes, como o que ocorreu pelos dias 17 a 20 de janeiro passados no Parque do Cocó.
Faz-se passagem baixa, próximo de uma temperatura altíssima, e a favor do vento, o que traz riscos. As aeronaves, como aviões e helicópteros, pousam e decolam contra o vento, pois isso lhes confere mais sustentação, logo mais segurança.
Voa-se a favor do vento na ocasião para que o helicóptero esteja sempre afastado das fumaças advindas da queima.
Portanto, operar em baixas velocidades e, ainda mais a favor do vento, confere menor velocidade relativa entre pás das hélices e ar, logo, menor força de sustentação.
A Ciopaer possui recipientes chamados “bambi buckets” de 545 litros e de 920 litros com os quais captou a água do Rio Cocó, próximo às queimadas, para debelar as chamas.
“O Bambi Bucket é um reservatório de lona com capacidade para captar de 550 ou 910 litros de água, dependendo do modelo e da aeronave empregada pela Ciopaer. O dispositivo é utilizado em operação de carga externa com o uso do helicóptero e tem sido uma grande ferramenta no combate aos incêndios. Diante da localização estratégica das nossas bases, estamos prontos para atuarmos nessas situações de Norte a Sul do nosso Estado”, destacou o major.
Resgate com guincho elétrico
Hoje, a coordenadoria da SSPDS é a única unidade aérea do Brasil que utiliza guincho elétrico para resgates em regiões de difícil acesso com um guincho de 90 metros de cabo, conseguindo lançar o tripulante para realizar o salvamento com segurança. Com isso, o Ceará consegue operar com total segurança em missões complexas de busca e resgate.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.