Winston Fritsch: do Plano Real ao estudo da mudança climática

Disputado consultor de empresas, Fritsh, que integrou a equipe que criou e executou o Plano Real, elogia o Ceará pelo esforço a favor do H2V. E mais: As bolsas da Ásia e da Europa operam no positivo, apesar da crise ucraniana

Este colunista conversou ontem com o economista Winston Fritsh, uma das estrelas da equipe econômica que, sob o governo de Itamar Franco e a coordenação de Pedro Malan, criou e executou o Plano Real, talvez a mais engenhosa, exitosa e ousada experiência mundial de combate à inflação. 

Conheci-o no Ministério da Fazenda e com ele convivi de setembro a dezembro de 1994, período em que o barco do Real foi ameaçado por piratas da indústria paulista que prometeram aumentar preços após a eleição presidencial daquele ano (vencida por FHC), obrigando o então ministro Ciro Gomes a disparar sua arma verbal, o que manteve a inflação em nível civilizado.
 
Fritsh é hoje um disputado consultor empresarial, um dedicado professor universitário e um estudioso em tempo integral de dois temas gêmeos – as mudanças climáticas e a transição energética.
 
Ideologicamente posicionado no espectro da centro-esquerda, ele acompanha o desenrolar dos atos e fatos da eleição presidencial deste ano. 

Na sua opinião, “a terceira via – sem trocadilho – é inviável”, uma vez que seus atores têm tido sofrível desempenho no proscênio da disputa, como registram as pesquisas.
 
Assim, a peleja eleitoral estará restrita aos polos extremistas da esquerda e da direita.

Ele admite que – pelo andar da carruagem, isto é, com a montagem em curso de uma “grande e forte coligação de centro esquerda” – o ex-presidente Lula poderá vencer no primeiro turno. 

E já prevê que, “sendo Lula um homem de reconhecida inteligência”, constituirá um governo com maioria suficiente para aprovar, no Parlamento, as reformas de que o país precisa para, definitivamente, ajustar as contas públicas e nadar de braçada na direção da praia do pleno desenvolvimento econômico, social, científico, tecnológico, onde estão a China, os EUA, o Japão, a Alemanha e a Coreia do Sul. 

Mas Lula, se eleito, terá, antes, de combinar tudo com os russos do Centrão, cujos votos, como ensina a tradição, custam caríssimo ao OGU – argumentou este colunista.
 
Winston Fritish, com a calma que o caracteriza, concordou, mas com a explicação de que “isso faz parte dos arranjos institucionais próprios da política”. 

O ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda acompanha o esforço que o Governo, a universidade e o empresariado do Ceará estão a fazer para tornar realidade o projeto de implantação do Hub do Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. “Vocês estão no caminho certo”, diz ele, aplaudindo e estimulando os cearenses.

“Gerar energias renováveis e tornar possível a produção em escala mundial do Hidrogênio Verde! Este é o caminho para a sobrevivência do planeta e de seus habitantes”, sentencia Winston Fritish, na opinião de quem o próximo presidente do Brasil “ganhará o Prêmio Nobel” se apresentar e cumprir um plano de desenvolvimento sustentável não só para a Amazônia, mas para todo o país. 

BOLSAS EM ALTA NO MUNDO

Apesar da crise na Ucrânia, que tensiona as relações da Rússia com os Estados Unidos e os países da União Europeia, as bolsas de valores asiáticas fecharam em alta suas operações nesta quarta-feira, incluindo as de Tóquio, Seul, Hong Kong e Shangai. 

As bolsas europeias, por sua vez, abriram em discreta alta, incuindo a da Alemanha.Ao longo dia, esse panoramara positivo poderá mudar, dependendo do que decidirão os atores da crise ucraniana.

O preço dopetróleo do tipo Brent, de referência da Pateorbras, está sendo negociado nesra manhã na Bolsa de Londres a US$ 99 por barril.

O preço do trigo subiu 6% no pregão da Bolsa de Chicago, o que pode repercutir, nos próximos dias, aqui no Brasil, que importa o produto da Argentina.