Relatório dos economistas do Banco Fibra, transmitido aos seus clientes e, também, a esta coluna, revela que o Governo Central teve superávit primário de R$ 15,6 bilhões em abril passado e acumulou no ano saldo positivo de R$47,2 bilhões.
Estes resultados são inferiores aos observados no mesmo período de 2022, quando houve superávit de R$29,0 bilhões no mês e R$79,0 bilhões no ano.
Segundo o relatório, a piora é explicada pela redução da receita líquida combinada com o aumento da despesa pública.
Destaca-se a queda real de 38,5% em abril das receitas com recursos naturais em função da queda do preço do petróleo, enquanto as receitas mais sensíveis à atividade (especialmente os tributos incidentes sobre a renda) seguiram em alta.
Já o aumento do gasto no período é explicado principalmente por mudanças no calendário de pagamento de benefícios e ampliação das despesas discricionárias.
Na avaliação dos economistas do Banco Fibra, “a evolução do orçamento público aponta para a necessidade de expansão das receitas públicas e existe elevada incerteza quanto à capacidade do governo de gerar receita permanente sem elevar a carga tributária. Isto gera mais volatilidade para a cotação real/dólar no curto prazo, contribuindo para o real perto de R$ 5,10 por dólar”.
De acordo com o relatório, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) registrou 73,2% do PIB em abril ante 72,9% em dezembro de 2022.
“Entre os fatores condicionantes, nota-se que, por um lado, a elevação do PIB nominal teve impacto na redução do endividamento (-2,0 pontos percentuais em abril) e, por outro, o pagamento de juros nominais representou a principal força para a alta do endividamento bruto (+2,7 p.p.).
“O pagamento de juros da dívida somou R$227,5 bilhões neste ano comparativamente a R$154,5 bilhões de janeiro a abril de 2022, com destaque para os títulos indexados à Selic, revelando as dificuldades atuais na rolagem da dívida pública, principalmente da parcela prefixada”, assinala o relatório do Banco Fibra.