O mercado financeiro tomou um susto ontem à noite, quando a Petrobras divulgou o seu balanço financeiro relativo ao segundo trimestre deste ano. A maior empresa estatal brasileira registrou um prejuízo de R$ 2,605 bilhões. No mesmo segundo trimestre do ano passado de 2023, a Petrobras teve lucro de 28,7 bilhões.
Segundo o relatório que acompanhou o balanço, o prejuízo foi causado pela desvalorização do real frente ao dólar e pelos efeitos da adesão a um acordo com o governo para encerrar uma disputa tributária e do acordo de trabalho de 2023. Entre os meses de abril, maio e junho, o dólar registrou uma alta de 11,2%.
No primeiro trimestre deste ano, a receita da Petrobras foi de R$ 122,258 bilhões, o que representa crescimento de 7,4% em comparação com a do mesmo período do ano passado. As receitas com a venda de óleo diesel aumentaram 3,7%; as receitas com gasolina diminuíram 14,4%.
Os resultados do segundo trimestre da Petrobras decepcionaram os analistas do mercado financeiro, que esperavam um lucro de R$ 22,3%. Essa decepção foi ainda maior porque as despesas financeiras da empresa foram de 36,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, enquanto no mesmo período de 2023 essas despesas foram de apenas R$ 269 milhões, e este detalhe foi uma das causas do prejuízo ontem anunciado.
De acordo com o relatório do balanço da Petrobras, as maiores despesas da empresa, de abril a junho deste ano, foram as seguintes: R$ 11,583 bilhões com transação tributária; 4,256 bilhões com os efeitos dessa transação tributária na despesa tributária; e R$ 6,9 bilhões com a revisão atuarial do seu Plano de Saúde.
O relatório afirma que esses eventos impactaram o resultado contábil da Petrobras, mas não tiveram “impacto importante” no caixa da empresa.
Outra informação ruim que trouxe o relatório do balanço da Petrobras foi a de que a empresa reduziu sua projeção de investimento.
Dentro do plano de investimentos de US$ 102 bilhões para o período de 2024/2028, a Petrobras previa investir US$ 18,5 bilhões de dólares em 2024, sendo a maior parte em Exploração e Produção. Mas, segundo a estatal, essa meta ficará entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
Foi o primeiro balanço financeiro sob a nova administração da Petrobras, presidida pela engenheira Magda Chambriard.